Protestos preocupam os comerciantes

Publicação: 15/12/2018 03:00

Após o ataque em Estrasburgo, várias vozes se levantaram para exigir que os protestos cessassem. No último sábado, 136 mil pessoas se manifestaram em toda a França, segundo dados do Ministério do Interior. Esse dia resultou em um número recorde de prisões (cerca de 2.000), mais de 320 feridos e danos materiais em várias cidades, como Paris, Bordeaux e Toulouse (sudoeste).

“Eu preferiria que as forças de segurança fizessem seu verdadeiro trabalho, isto é, perseguir os criminosos e diminuir o risco de terrorismo em vez de ficar nos piquetes em rotatórias”, declarou nesta sexta o ministro do Interior, Christophe Castaner.

Diante desse risco, Paris anunciou um importante dispositivo policial para sábado, com 8.000 agentes e 14 veículos blindados. Seis pessoas morreram e centenas ficaram feridas em acidentes relacionados aos bloqueios e manifestações que começaram em 17 de novembro.

O descontentamento se espalhou para outros setores, incluindo estudantes e agricultores. O segundo maior sindicato francês, CGT, também convocou uma mobilização para exigir o aumento nos salários.

Os novos protestos preocupam os comerciantes, que foram afetados por essa revolta às vésperas das festas de final de ano. “É dramático. Dezembro normalmente representa 25% das minhas vendas”, lamentou Anne Sicher, proprietária de uma loja de acessórios em Bordeaux. “Manifestações que degeneram [em violência], transporte paralisado e agora a ameaça terrorista” são para esta comerciante os fatores que “minam o clima festivo do Natal e impedem que as pessoas façam suas compras com toda a tranquilidade”.

A economia francesa já foi afetada. A atividade no setor privado caiu ao seu nível mais baixo em dois anos e meio em dezembro, de acordo com um índice provisório publicado pela IHS Markit.