Como ficam o Brexit e o Reino Unido?

Publicação: 25/05/2019 03:00

O final do governo de Theresa May vai inaugurar uma fase ainda mais turbulenta na desfiliação britânica da União Europeia, o Brexit, já que qualquer líder novo tentará fechar um acordo de separação mais duro e pode haver uma eleição dentro de nove meses. O país deve acabar saindo com um acordo de transição mais suave, sair abruptamente sem um acordo ou até mesmo permanecer na UE. Um adiamento é provável.

Boris Johnson, o garoto-propaganda da campanha oficial do Brexit em 2016 e favorito das casas de apostas para suceder May, quer um rompimento mais radical do que o proposto pela premiê. Outros candidatos fortes ao cargo são Sajid Javid, Michael Gove e Jeremy Hunt. O líder do opositor Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, quer implantar uma série de políticas socialistas clássicas. Ele votou contra a filiação à UE em 1975, apoiou a permanência no bloco com relutância em 2016 e só demonstrou apoio morno a um novo referendo.

Quem quer que suceda May como líder do Partido Conservador quase certamente terá que exigir um acordo do Brexit mais duro de Bruxelas, embora a UE tenha dito e repetido que não retocará o Tratado de Retirada. Isso significa um confronto de algum tipo com o bloco antes da data de saída, agendada para 31 de outubro. Alguns ministros querem acelerar os preparativos de uma saída sem acordo para fortalecer a posição do futuro premiê.

Este cenário, temido pelos círculos econômicos, significaria uma saída sem transição. A próxima eleição nacional britânica só deve ocorrer em 2022, mas há duas possibilidades de ela ser adiantada: dois terços dos 650 parlamentares votarem a favor; ou uma moção de desconfiança no governo ser aprovada por uma maioria simples de parlamentares e nenhum partido conseguir a confiança da Câmara dos Comuns em 14 dias. O desfecho de uma eleição seria imprevisível, já que os dois maiores partidos estão perdendo apoio para siglas menores. (Agência Estado)