Elizabeth II reinou em terras pernambucanas Rainha esteve no Recife em novembro de 1968 ao lado do marido, o príncipe Philip, por duas vezes. A primeira no dia 1º e a segunda em 18 de novembro

Publicação: 09/09/2022 08:00

Em seu longo reinado, Elizabeth II esteve no Recife. A rainha pisou em solo pernambucano em 1968, quando viajou por 18 dias no Brasil e no Chile. Foram 11 dias no Brasil, onde percorreu seis cidades. A capital pernambucana foi a primeira em que ela e o marido, o príncipe Philip, estiveram. Era 1º de novembro. A monarca voltaria ao Recife no dia 18 do mesmo mês, quando de retorno do Chile para a Europa.

A passagem de Elizabeth II movimentou o Recife, especialmente no primeiro dia. A população foi às ruas ver a monarca britânica passar em carro aberto. Na época, a estimativa foi de que 200 mil pessoas foram às ruas da cidade. Entre estes, quatro mil jornalistas brasileiros e estrangeiros. E os jornais levaram o fato às primeiras páginas. Assim fez o Diario.

Tudo foi muito rápido naquela sexta-feira, 1º de novembro. A rainha permaneceu cerca de duas horas no Recife, tempo suficiente para desembarcar no aeroporto, em uma aeronave da Real Força Aérea, fazer uma rápida visita ao Palácio do Campo das Princesas, com direito a lanche, e seguir para o porto da cidade, onde embarcaria no iate Britannia, da Marinha britânica.

O desembarque da aeronave ocorreu próximo ao fim da tarde, às 16h15. A rainha e o príncipe britânicos chegaram ao Recife vindos da Olimpíada do México, cuja solenidade de encerramento havia acontecido três dias antes. Para receber o casal, o estado montou um forte esquema de segurança e mobilizou cerca de quatro mil policiais.

Recebida pelo então governador de Pernambuco, Nilo Coelho, Elizabeth II foi recepcionada no terceiro andar no palácio do governo. Ali, estavam autoridades dos três poderes constituídos locais e convidados especiais. Entre eles, o arcebispo de Olinda e Recife, dom Helder Camara, e o sociólogo Gilberto Freyre. Na mesa posta, havia suco de pitanga. Elizabeth provou a bebida e aprovou. Nilo Coelho, então, enviou caixas da fruta in natura para a embarcação real.

Ao sair do palácio para o Porto do Recife, o cortejo de Elizabeth passou em frente ao antigo prédio do Diario, na Praça da Independência, em Santo Antônio. Diante do edifício, ela pediu que o motorista parasse o veículo e acenou para os funcionários.

As edições do Diario, que há dois meses publicava  textos sobre a visita da rainha ao Recife, afirmavam que a monarca encantou os moradores do Recife pela “simplicidade”. Em seus textos, o jornal não escondia a expectativa da sociedade local quanto à visita de Elizabeth.

A capa de 1º de novembro dizia que as ruas da cidade seriam transformadas “se não num cenário de contos de fadas, pelo menos no palco de um acontecimento que por certo marcará época na memória do povo e nos anais da sociedade”.

Do Recife, a rainha viajou para Salvador, seguindo depois para Brasília (DF), São Paulo (SP), Campinas (SP) e Rio de Janeiro (RJ). Depois foi ao Chile. Ao voltar do Chile, no dia 18, ela desembarcou no aeroporto e foi para o iate real, de onde retornou para o terminal aéreo no dia seguinte, quando partiu para a Inglaterra. A segunda permanência no Recife durou 14 horas.