Venezuela: eleição e fronteiras fechadas Pleito será neste domingo (28), mas governo Maduro fechou as entradas do país na sexta (26) e só vai reabri-las na próxima segunda (29)

Publicação: 27/07/2024 03:00

O governo de Nicolás Maduro ordenou o fechamento das fronteiras terrestre, aérea e marítima da Venezuela, dias antes das eleições que podem manter o chavismo no poder no país ou eleger um candidato da oposição após mais de vinte anos. A ordem foi publicada no Diário Oficial do país na última terça-feira (23), e passou a valer a partir da 0h01 desta sexta-feira (26). O bloqueio das fronteiras vale até a manhã de 29 de julho.

De acordo com a resolução, a medida visa “salvaguardar a inviolabilidade das fronteiras e prevenir atividades de pessoas que possam representar ameaças à segurança da República Bolivariana da Venezuela por ocasião das eleições presidenciais”, que vão acontecer neste domingo (28).

BRASIL PRESENTE
O assessor especial da Presidência da República, Celso Amorim, embarcou na sexta-feira (26) para a Venezuela para acompanhar as eleições presidenciais. A informação sobre a ida do ex-chanceler Amorim ao país vizinho foi confirmada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nos últimos dias, o presidente defendeu a presença de observadores internacionais no pleito.

Cerca de 21 milhões de venezuelanos deverão eleger o próximo presidente. O processo eleitoral na Venezuela tem sido questionado por potências como os Estados Unidos e pela União Europeia, sobretudo em pontos como a segurança do resultado das eleições. Na quarta-feira (24), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) desistiu de enviar dois representantes para acompanhar o pleito, após Nicolás Maduro afirmar que as eleições no Brasil não são auditadas.

Nos últimos anos, por conta dos questionamentos, os principais partidos de oposição vinham boicotando as eleições nacionais. A Venezuela enfrenta um bloqueio financeiro e comercial pelo menos desde 2017, quando potências como Estados Unidos, Canadá, Reino Unido e União Europeia passaram a não reconhecer a legitimidade do governo Maduro.

O país vizinho também passou por grave crise econômica no período, com hiperinflação e perda de cerca de 75% do PIB (Produto Interno Bruto, soma de todos os bens e serviços produzidos no país), o que resultou na migração de mais de 7 milhões de pessoas.

Desde meados de 2021, o país vem mostrando alguma recuperação econômica. A hiperinflação foi controlada, e a economia voltou a crescer em 2022 e 2023, porém, os salários continuam baixos e os serviços públicos deteriorados. (Metrópoles e Agência Brasil)