Maduro diz que vai apresentar atas da eleição Presidente da Venezuela não estipulou data, apenas informou que "as provas já apareceram e que muito em breve serão conhecidas". Pressão externa aumenta

Publicação: 01/08/2024 03:00

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, prometeu, ontem, entregar “100% das atas” da votação que resultou na sua reeleição, e disse que os líderes opositores, que denunciaram uma fraude no processo, “têm que estar atrás das grades”. A líder opositora María Corina Machado e seu candidato à Presidência, Edmundo González Urrutia, afirmam que venceram as eleições e denunciaram uma escalada da repressão, que já deixou 12 mortos e mais de mil detidos.

O presidente socialista foi reeleito para um terceiro mandato de seis anos com 51% dos votos frente a González Urrutia, de acordo com o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), órgão alinhado ao governo.

“Digo, como líder político, filho do Comandante [Hugo] Chávez, que o Grande Polo Patriótico e o Partido Socialista Unido da Venezuela [PSUV] estão prontos para apresentar 100% das atas. Muito em breve serão conhecidas, porque Deus está conosco e as provas já apareceram”, afirmou Maduro na sede do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), onde entrou com um recurso legal.

María Corina denunciou na rede social X o que chamou de “escalada cruel e repressiva do regime”, e assegurou que 16 pessoas morreram em protestos nas últimas 48 horas.

Maduro respondeu acusando os opositores: “Senhor González Urrutia, mostre a cara, saia do seu esconderijo, não seja covarde, senhora Machado...  Os dois têm que estar “atrás das grades”, ressaltou Maduro, durante entrevista coletiva em Caracas com correspondentes estrangeiros.

Já a pressão da comunidade internacional pela recontagem de votos e o fim da repressão não cessa. “Nossa paciência, e a da comunidade internacional, está se esgotando à espera de que as autoridades eleitorais venezuelanas digam a verdade e publiquem todos os dados detalhados dessas eleições”, disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby.

Mais cedo, o presidente colombiano, Gustavo Petro, aliado de Maduro, havia pedido uma “apuração transparente, com contagem de votos, documentos e com a observação de todas as forças políticas de seu país e observação internacional profissional”. (AFP)