Kepler 186f

José Carlos L. Poroca
Executivo do segmento shopping centers
jcporoca@uol.com.br

Publicação: 24/07/2014 03:00

A ciência avança em boa velocidade em alguns campos; em outros, anda meio devagar. Não tenho conhecimento da descoberta de vacina contra malária e de outras doenças que acontecem normalmente em países pobres. Por outro lado, quando associada à tecnologia, a ciência dá saltos em progressão geométrica que surpreende até os titulados modernos. Na área da medicina, então, já é possível realizar cirurgias quase sem marcas, diferente do que acontecia há pouco tempo. Aliás, dizendo melhor, essas cirurgias existem, mas não estão acessíveis a todos.

Um exemplo positivo é a descoberta de novas galáxias e estrelas, novos planetas. Recentemente, descobriram um que é “a cara” do nosso planeta, inclusive na forma de orbitar, em torno de uma estrela. Kepler 186f, a “prima”, fica próxima ao nosso planeta – algo em torno de quinhentos anos-luz – e tem endereço fixo na constelação da estrela Cygnus. Não nos espantemos com a distância. Jorge Boueri, meu primeiro sogro, no começo do século 20, ficou num navio, entre o Líbano e o Brasil, quase 30 dias. Hoje, pelo ar, em voo direto, gastaria pouco mais de meio dia.

A proximidade é um dos pontos positivos, além de dois outros: o tempo lá se assemelha ao nosso e, claro, a possibilidade de existência de vida. Evidentemente, não vamos esperar keplerianos à la Bundchen nem keplerianozinhos semelhantes aos se vê nas ruas ou na tevê. Pode ser que os nativos de lá tenham características bem diferentes dos humanos, como só contarem com um olho ou cabeças desproporcionais (não vale apelidá-los de cabeções, nos primeiros encontros), longos braços (eles não tem problemas para coçar as costas) e - quem sabe? – ausência de orifício bocal. Também não deve ser afastada a possibilidade de comunicação apenas por telepatia. As terráqueas ficarão estupefatas: - “como pode?”.

Já se sabe que Kepler está em zona habitável, mas ainda não há a certeza se, lá, encontraremos condições de vida. Há outros pontos que, espero, possam ser verificados no planeta gêmeo, como a ausência de partidos políticos (sem partidos, sem conchavos), a existência de um sistema “mosqueteiros” (“um por todos, todos por um”), nada de fome, nada de corrupção, nada de toma lá dá cá. São especulações que não devem ser afastadas por inteiro, admitindo-se, desde já, a possibilidade de encontrar vida mais inteligente. O “mais” é por minha conta. Esqueci de dizer que não jogam futebol, mas gostam de ver, via satélite, terráqueos brigando por um negócio redondo. Choram de tanto rir, como se estivessem vendo uma boa comédia.