Jaques Cerqueira
Jornalista
jaquescerqueira@gmail.com
Publicação: 04/08/2015 03:00
Apaixonada pela mitologia grega, minha mãe escolheu meu nome, antes de meu nascimento. Eu me chamaria Apolo, deus da beleza. Até aí, maravilha. Afinal, sonhar faz parte da existência humana. Quando nasci e minha mãe me viu pela primeira vez, mudou de ideia. Aquele menino feio chamado de Apolo viraria gozação para o resto da vida. Daí, pensou em me batizar com o nome de Hefesto, que decepcionou a mãe Hera com sua, digamos, pouca beleza. Mas, essa escolha também não seria das melhores. Até porque, embora houvesse casado com Afrodite, deusa da beleza, Hefesto acabou traído por ela.
Em meio a tantas dúvidas, minha mãe optou, então, pelo personagem central do romance “Jacques, o Fatalista”, do francês Denis Diderot. Pronto! Estava tudo resolvido. E assim começava minha sina nesse mundo que gira em torno da ditadura da estética. Aos poucos, fui entendendo que um menino negro, magro e feio, sem o menor traço europeu, não podia se chamar Jacques. De jeito nenhum. Mas, como diria o personagem de Diderot, “tudo já está escrito no pergaminho lá de cima”. Portanto, não havia o que fazer, senão começar a achar graça nessa história toda. Foi o que fiz e continuo fazendo: rindo de tudo isso. Como ria nas divertidas aulas de Estética da Arte, do Mestre Ariano Suassuna. Principalmente quando ele exaltava a beleza da atriz Elizabeth Taylor, com seus olhos cor de violeta.
Com o passar dos anos, comecei a ganhar a barriga proeminente típica da terceira idade e a ter raiva dos manequins das vitrines, porque nenhuma das roupas por eles vestidas serve para mim. Essas figuras estáticas e sem expressão devem ser mesmo muito tristes porque nunca devem ter saboreado uma boa feijoada ou aquela cerveja gelada nos finais de semana. Mas, como a beleza serve de colírio para os nossos olhos, só me resta dizer: Salve a bela!
Em meio a tantas dúvidas, minha mãe optou, então, pelo personagem central do romance “Jacques, o Fatalista”, do francês Denis Diderot. Pronto! Estava tudo resolvido. E assim começava minha sina nesse mundo que gira em torno da ditadura da estética. Aos poucos, fui entendendo que um menino negro, magro e feio, sem o menor traço europeu, não podia se chamar Jacques. De jeito nenhum. Mas, como diria o personagem de Diderot, “tudo já está escrito no pergaminho lá de cima”. Portanto, não havia o que fazer, senão começar a achar graça nessa história toda. Foi o que fiz e continuo fazendo: rindo de tudo isso. Como ria nas divertidas aulas de Estética da Arte, do Mestre Ariano Suassuna. Principalmente quando ele exaltava a beleza da atriz Elizabeth Taylor, com seus olhos cor de violeta.
Com o passar dos anos, comecei a ganhar a barriga proeminente típica da terceira idade e a ter raiva dos manequins das vitrines, porque nenhuma das roupas por eles vestidas serve para mim. Essas figuras estáticas e sem expressão devem ser mesmo muito tristes porque nunca devem ter saboreado uma boa feijoada ou aquela cerveja gelada nos finais de semana. Mas, como a beleza serve de colírio para os nossos olhos, só me resta dizer: Salve a bela!