A dimensão de Cervantes - 400 anos

Francisco Dacal
Administrador de empresas

Publicação: 21/04/2016 03:00

“Em um lugar da mancha, vivia um fidalgo que de tanto ler livros de cavalaria perdeu o juízo e resolveu ser cavaleiro andante; sair pelo mundo atrás de aventuras, e com isso: concertar o torto, desfazer agravos, defender viúvas, amparar donzelas, socorrer órfãos, castigar os soberbos e premiar os humildes”. Dessa forma escreveu Miguel de Cervantes Saavedra, o escritor dos escritores, no início do livro O Engenhoso Fidalgo Dom Quixote de La Mancha.
 Da obra maestra de Cervantes brotou o romance moderno, e o personagem superior da literatura. Este, o Quixote, naturalmente criativo, múltiplo, complexo, simples, carismático, livre e eterno. ...Sempre na companhia do fiel escudeiro Sancho Pança.
 O legado é que, em algum lugar do mundo, todos os dias, nesse momento, várias pessoas estão com uma pena na mão (ou com um teclado à mão) pensando e escrevendo sobre a condição humana, criando cenas e personagens, entre realidade e ficção, com técnica, como gosta de afirmar o escritor Raimundo Carrero.
 Este ano se comemora o IV Centenário da morte de Miguel de Cervantes e de outro gênio da cultura, William Shakespeare. Quis o destino que partissem, simultaneamente, no dia 23 de abril de 1616.
 Considerando a grandeza para a literatura, e a coincidência da data das partidas de Cervantes e Shakespeare, a despeito da levantada polêmica sobre a provável diferença de poucos dias entre a data de passamento de um e outro, já que a Espanha usava o calendário gregoriano e a Inglaterra o juliano, a Unesco - Organização das Nações Unidas para a Educação Ciência e Cultura, em 1995, definiu todo dia 23 de abril de cada ano como o Dia Internacional do Livro e do Direito do Autor.
 Mais do que nunca é uma data para se celebrar. Sendo assim, a União Brasileira de Escritores e o Instituto Cervantes do Recife resolveram comemorar o Dia de Cervantes e do Livro, com uma sessão no dia 19 de abril, no bucólico casarão da Rua Sant`Anna, bairro de Casa Forte, sede da UBE.
 Enfim, o livro é o amparo da humanidade, nas diversas formas literárias e de apresentação; e toda pessoa tem alguma inclinação quixotesca.