O Recife para os idosos

Waldecy Fernandes Pinto
Arquiteto urbanista, presidente da APC - Academia Pernambucana de Ciências

Publicação: 24/03/2017 03:00

“Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que, entre os anos de 2000 e 2050, a proporção da população mundial com mais de 60 anos passará de 11% para 22%, chegando a dois bilhões de pessoas no total. Destes, 395 milhões terão mais de 80 anos. Isso sem falar que os idosos terão superado em número todas as crianças menores de 14 anos. O Brasil, por sua vez, chegará a 60 milhões contra os 21 milhões de idosos de hoje. Portanto o envelhecimento populacional é uma das maiores transformações sociais do século XXl.  Com isso, deverá as estruturas das cidades se adaptar às necessidades de uma população idosa em crescimento. Portanto      será uma boa preparação para enfrentar os desafios que estão por vir. Como foi explicado anteriormente os dados OMS preveem que entre 2000 e 2050 a proporção da população mundial com mais de 60 anos dobrará. O Recife não se afastará desta realidade, portanto se faz necessário, torná-lo uma cidade mais amiga dos idosos e com um bom caminho para o futuro. Para isso os ambientes de apoio estrutural e de habilitação posam permitir que os idosos permaneçam independentes por mais tempo e, com isso a cidade e a comunidade se beneficiarão das contribuições que o idoso tem para oferecer, ou seja, ser uma cidade com disposição para idosos é um ótimo investimento para a sociedade. Isso feito ajudará no cumprimento do Estatuto do idoso (lei nº10.741, de 1º de outubro de 2003), que visa assegurar ao idoso a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação à educação, à cultura ao esporte ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e a convivência familiar e comunitária, tornando-se, portanto, um item comprometedor para a gestão pública. Com essas afirmativas e previsões matemáticas do aumento da população do idoso, as cidades terão que se adequarem a esta realidade, favorecendo, a sua população como um todo. Assim a comunidade será, portanto mais numerosas, com mais solidariedade. Preparar o Recife para os seus idosos para atingir a ideia de mobilidade igualitária para todos, fornecendo-lhes segurança transporte público, acessibilidade não só das calçadas, mas também das praças, nas áreas verdes, mais se acentuando na construção arquitetônica mais adequada, ofertando aos espaços maior qualidade, principalmente quando em alguns prevaleçam os estruturais. Verificam-se facilmente na cidade, que grandes áreas foram beneficiadas, porem com usos inadequados ou defasados com o tempo e hábitos atuais. Questiona-se a situação atual dos jardins da área do prédio do Hospital da Tamarineira, depois da segunda luta contra ao uso de um shopping temático aproveitando o verde como uma âncora do empreendimento. O Caiara e os terrenos da antiga fábrica da Macaxeira, como também outros locais ofertando belas paisagens naturais que ficaram no esquecimento ou no abandono, tais como as margens dos canais e dos rios, sem falar dos ricos manguezais. É bom registrar que no ano passado, a cidade de Veranópolis recebeu o título de “Cidade amiga do idoso” da Organização Mundial de Saúde, visando a qualidade e vida melhor para os idosos em função das recomendações do Conselho Municipal do Idoso de Veranópolis. Quando veremos, um Recife onde tanto o idoso portando uma bengala, ou um jovem utilizando uma cadeira de rodas, ou um senhor a empurrar um carrinho do netinho ou mesmo um turista conduzindo a sua mala de rodinhas, possam percorrer os espaços públicos dotados do conforto, da segurança e das condições agradáveis, permitindo desfrutar da paisagem urbana natural, como os rios, os canais e também a paisagem edificada como as da arquitetura dos idos coloniais e da moderna e contemporânea. Portanto, que tenhamos um Recife mais amigo do Idoso, que será consequentemente melhor para todos, constituindo assim os seus espaços bem requalificados ou mesmo melhor planejados.