Cobrança de ações políticas no cenário nacional

Ary Avellar Diniz
Diretor do Colégio Boa Viagem e da Faculdade Pernambucana de Saúde

Publicação: 19/08/2017 03:00

Política, do grego politikê, é a arte ou ciência de governar um Estado com os seus cidadãos. Ela nasce da prática humana, da luta pelo poder.

É fato inconteste que o político eleito pelo povo não deve agir exclusivamente movido pelos interesses próprios ou de grupos escusos, mas com o altruísmo das palavras do ex-presidente norte-americano John F. Kennedy, quando afirmou: “Não pergunte o que seu país pode fazer por você. Pergunte o que você pode fazer por seu país.” (“Ask not what your country can do for you. Ask what you can do for your country.”)

No momento atual, há um projeto de lei aprovado pela Comissão de Reforma Política que dedica a importância de R$ 3,6 bilhões, destinada ao fundo partidário, para financiamento das eleições de 2018. A quantia, por si só, vem espantando qualquer cidadão, além de ser considerada maior que muitos orçamentos de ministérios!

Enquanto isso, o governo federal (respeito muito a sua equipe econômica) tem anunciado que, no próximo ano, não haverá reajustes econômicos para professores, militares, auditores da Receita Federal, pessoal do INSS, diplomatas, oficiais de chancelaria e membros do judiciário. Desse modo, a cifra nomeada (3,6 bi!) é um contrassenso, um disparate; e os profissionais referidos, em vias de ser “sacrificados”, não têm quaisquer responsabilidades com a crise nacional. Além disso, prefiro não me alongar em comentários a respeito do que acontece com a educação, a saúde e os transportes no país…

Outro problema que merece acerba crítica é o que diz respeito à reforma eleitoral. Em meio a muitas situações insólitas, há o fato de políticos exercerem o mandato legislativo sem ter recebido um voto sequer, com o apoio exclusivo da cota partidária. Tiririca, por ter obtido expressiva votação (1.300.00 votos — não dá para entender!…), mesmo com as suas palhaçadas (ou em função delas), ajudou a eleger vários outros deputados com as sobras eleitorais. Como diz o jornalista Bóris Casoy, “Isto é uma vergonha”!

Pelo recente projeto, o ‘voto distrital’ (sistema pelo qual cada membro do parlamento é eleito individualmente, nos limites geográficos de um distrito, pela maioria dos votos — simples ou absoluta) preconiza atitudes e procedimentos do político com os eleitores do local em que conquistar expressivo êxito no sufrágio. Mas há aqueles que não aceitam a aludida inovação!

A democracia permite criticidade, desde que a crítica seja responsável e realizada sempre no interesse da nação.

Há 50 anos, em função dos altos custos dos cargos executivo, legislativo e administrativo, vereadores de municípios com menos de 50.000 habitantes não percebiam salários, mesmo havendo distribuição dos fundos de participação dos municípios, oriundos do governo federal. A reforma política vem aí…

As desassombradas reformas da previdência, trabalhista, política e fiscal se apresentam de caráter urgente para o bem do país, principalmente no tocante a um futuro próximo. Ainda assim, há recalcitrantes contrários aos projetos só pelo fato de querer ser do contra e manter o falso status de “oposição a tudo e a todos”. Isso pode ser considerado uma das ações mais antipatrióticas!

Felizmente, a maioria dos representantes do povo brasileiro é ponderada e costuma fazer uso da razão e do bom senso em face dos problemas nacionais.

Por ocasião das próximas eleições (2018), devemos confiar nos destinos do Brasil e, também, nos eleitores, já sobejamente politizados, os quais deverão escolher seus representantes para as Assembleias, Câmaras e Planalto. Pedimos a Deus que os eleitos consigam lavar radicalmente a sujeira impregnada do Brasil, minimizando, assim, o trabalho sério e honesto dos investigadores da “Lava-Jato”, considerados pelos brasileiros, aliás, uma “Instituição” de abnegados, de altíssima confiança e grande respeitabilidade!

O Brasil é maior que qualquer crise.

Pra frente, Brasil de todos os brasileiros!