Ambulatórios da Fachesf com os dias contados pela Eletrobrás

Giovanni Mastroianni
Advogado, administrador e jornalista

Publicação: 30/04/2024 03:00

Os associados da Fachesf, como eu, estão com os dias contados em seus  atendimentos ambulatoriais, no Paissandu, em Recife, como em várias outras localidades do país, entre as quais merecem registro o Bongi, onde o ex-senador e ex-ministro da Agricultura Apolônio Sales instalou, mesmo contra uma grande maioria de políticos, a  sede da Chesf. Além desses locais, quatro  importantes  cidades, também, estão em idênticas situações, tais como Paulo Afonso, Salvador, Fortaleza e Teresina. Desde a surpreendente decisão de se privatizar a Eletrobrás e, consequentemente, a Companhia Hidrelétrica do São Francisco, que tem sido uma das fundamentais preocupações da diretoria da Fundação a situação dos milhares de associados de seus planos de saúde e de centenas dos atuais empregados da companhia.

Tão logo surgiram os primeiros movimentos políticos para a privatização da Eletrobrás que os integrantes da Fachesf vêm se preocupando com relação aos planos de saúde de seus atuais empregados e dos já aposentados que, juntamente com seus familiares, integram o quadro de saúde da Fundação.

Até então, apenas discutiam-se as probabilidades de sobrevivência de seus quadros ambulatoriais Tal situação permaneceu até os dias atuais, quando, então, sem grandes surpresas, surgiu a notícia que deixou decepcionada a grande maioria de associados dos planos de saúde, que se ainda não eram excepcionais, pelo menos serviam como um paliativo, apesar de alguns até incompreensíveis impedimentos regimentais. Assim é que, pelo regulamento vigente, associados separados, judicialmente,
mesmo pagando contribuições mais altas que as suas próprias, já  não faziam  jus ao atendimento ambulatorial, sendo obrigados, como, possivelmente, virá ocorrer, de junho em diante, com quase todos os associados, em recorrerem, como previsto, para as instituições particulares, ou seja ao mercado aberto de saúde. É bem verdade que, durante todo esse período de grande expectativa a   Fundação esteve silente, aguardando o desfecho de tais transações, embora convicta de que esse seria o desiderato da Eletrobrás. Até mesmo os próprios parlamentares, que se mantiveram contrários à privatização, não encontraram forças e recursos para impedirem que tal esdrúxula situação viesse a ocorrer.

Dessa forma, a própria Fundação, resguardando-se das críticas que, por certo, iriam surgir, silenciou-se, sem tecer considerações precipitadas, aguardando, tão somente, o instante em que não mais poderia ficar omissa e transmitir o triste desiderato, que, por certo, abalará e muito aqueles que se serviam dos canais ambulatoriais de recursos médicos, como primeira instância: não só os assistidos como grande parte dos seus agregados. Cogita, assim, no momento, a patrocinadora que a saúde de seus associados venha logo ser conduzida, em conjunto com uma nova operadora: a Evida, atual responsável pelos planos de saúde da Eletronorte.

Para que o  impacto da notícia não se torne tão chocante, as restrições acima descritas, pelo menos, por enquanto, não atingem a previdência complementar.