Alexandre Rands Barros
Economista
Publicação: 15/03/2025 03:00
Há uma reclamação da população e uma forte preocupação do governo federal com os preços dos alimentos. Apesar de, em fevereiro, a inflação deles (0,7%) ter sido menor do que a média do IPCA (1,31%), ainda assim, ela atingiu uma taxa anualizada de 8,7%. Alguns têm atribuído essa alta de preços a vicissitudes climáticas, que reduziram safras, e à desvalorização cambial, que aumentou os preços internos dos bens e serviços exportáveis. No entanto, há dois fatores determinantes adicionais importantes: a demanda e os custos de produção. O aumento persistente do salário-mínimo está por trás de ambos. Ou seja, a política de promoção da melhoria da distribuição de renda possui esse subproduto, que o governo e a população precisam aceitar.
No curto prazo, o aumento das remunerações mais baixas no espectro de rendimentos faz com que a demanda por produtos alimentícios cresça mais do que proporcionalmente. Pessoas de renda mais baixa tendem a gastar uma proporção maior de seu acréscimo de renda com alimentos. Vários estudos econométricos comprovam essa relação. Como os custos de produção crescem com o aumento da demanda, ao menos na parte agropecuária dos alimentos, isso naturalmente tende a elevar os preços relativos deles, gerando maior inflação no processo de ajuste dos preços relativos. Vale observar que esse efeito, apesar de menor no longo prazo, persiste em horizontes temporais mais extensos.
No curto, médio e longo prazos, o aumento relativo dos rendimentos dos trabalhos mais baixos, no espectro de renda da economia, tende a elevar os preços dos bens e serviços que utilizam proporcionalmente mais pessoas com a formação mais baixa e qualificadas apenas para essas remunerações. Essa é uma regra econômica simples e bastante comprovada empiricamente. Como o componente agropecuário dos alimentos utiliza mão de obra menos qualificada, seus preços relativos se elevam quando há aumento da remuneração dessa mão de obra. Ambas as afirmações nesse argumento encontram amplo suporte empírico na literatura econômica.
Outra relação econômica com amplo suporte empírico é que o aumento do salário mínimo tem um impacto positivo maior nas rendas mais baixas da economia, mesmo naquelas que não possuem qualquer relação contratual com ele. Essa relação se estende até mesmo para aquelas rendas que advêm do setor informal, incluindo os empregadores e trabalhadores por conta própria engajados nessa atividade. Por isso, até mesmo a renda dos pequenos produtores rurais, responsáveis pela oferta da maior parte dos alimentos do setor primário, aumenta proporcionalmente mais. Se isso não acontecer, eles migram para áreas urbanas e outras atividades, forçando essa arbitragem no mercado de trabalho.
Os bolsonaristas e demais oportunistas e/ou desinformados, que só têm ódio e rancor no coração, acusam o governo da responsabilidade pelo aumento dos preços relativos dos alimentos. Não percebem que essa é uma consequência da melhoria da distribuição de renda no país. A ideia do governo de reduzir tarifas de importação para pressionar esses preços para baixo é boa. Contudo, não vai resolver o problema. Esse fenômeno é a contrapartida da redução da concentração de renda.
No curto prazo, o aumento das remunerações mais baixas no espectro de rendimentos faz com que a demanda por produtos alimentícios cresça mais do que proporcionalmente. Pessoas de renda mais baixa tendem a gastar uma proporção maior de seu acréscimo de renda com alimentos. Vários estudos econométricos comprovam essa relação. Como os custos de produção crescem com o aumento da demanda, ao menos na parte agropecuária dos alimentos, isso naturalmente tende a elevar os preços relativos deles, gerando maior inflação no processo de ajuste dos preços relativos. Vale observar que esse efeito, apesar de menor no longo prazo, persiste em horizontes temporais mais extensos.
No curto, médio e longo prazos, o aumento relativo dos rendimentos dos trabalhos mais baixos, no espectro de renda da economia, tende a elevar os preços dos bens e serviços que utilizam proporcionalmente mais pessoas com a formação mais baixa e qualificadas apenas para essas remunerações. Essa é uma regra econômica simples e bastante comprovada empiricamente. Como o componente agropecuário dos alimentos utiliza mão de obra menos qualificada, seus preços relativos se elevam quando há aumento da remuneração dessa mão de obra. Ambas as afirmações nesse argumento encontram amplo suporte empírico na literatura econômica.
Outra relação econômica com amplo suporte empírico é que o aumento do salário mínimo tem um impacto positivo maior nas rendas mais baixas da economia, mesmo naquelas que não possuem qualquer relação contratual com ele. Essa relação se estende até mesmo para aquelas rendas que advêm do setor informal, incluindo os empregadores e trabalhadores por conta própria engajados nessa atividade. Por isso, até mesmo a renda dos pequenos produtores rurais, responsáveis pela oferta da maior parte dos alimentos do setor primário, aumenta proporcionalmente mais. Se isso não acontecer, eles migram para áreas urbanas e outras atividades, forçando essa arbitragem no mercado de trabalho.
Os bolsonaristas e demais oportunistas e/ou desinformados, que só têm ódio e rancor no coração, acusam o governo da responsabilidade pelo aumento dos preços relativos dos alimentos. Não percebem que essa é uma consequência da melhoria da distribuição de renda no país. A ideia do governo de reduzir tarifas de importação para pressionar esses preços para baixo é boa. Contudo, não vai resolver o problema. Esse fenômeno é a contrapartida da redução da concentração de renda.