Barrados pela justiça, mas ainda esperançosos Candidatos que concorreram sub judice esperam decisão favorável do TSE para assumir cargos

Aline Moura
politica.pe@dabr.com.br

Publicação: 25/10/2012 03:00

 (SILVINO/DP)

Em Pernambuco, não há segundo turno nos municípios. Mas as eleições não terminaram para os candidatos que enfrentaram as urnas e tiveram a votação anulada. Só ontem, por exemplo, o prefeito eleito de Água Preta, Eduardo Coutinho (PSB), recebeu a confirmação de que seu principal adversário, Armando Almeida Souto (PDT), perdeu os recursos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e não tem mais chance de sair como vencedor do pleito. A expectativa, contudo, ainda permanece para outros concorrentes. Mais de 150 candidatos no estado tiveram os votos anulados no último dia 7 de outubro e alguns torcem por reviravoltas. Eles disputaram, porém ficaram com “zero votos” na divulgação oficial dos resultados.

A maioria dos postulantes indeferidos pela Justiça eleitoral levou as ações até a última instância. Nem todos conseguiram votos suficientes para se eleger. Mas alguns ainda têm esperanças de ver seus argumentos acatados pelo TSE e alterar o resultado da eleição em municípios como Araripina, Bezerros, Tamandaré e Itapissuma, respectivamente no Sertão, no Agreste, no Litoral Sul e no Litoral Norte. Esperam nem que seja para ajudar a sua coligação e tirar a vaga de adversários.

O caso de Água Preta, município localizado na Mata Sul, é um dos mais emblemáticos até agora, porém sem sucesso. O candidato a prefeito Armando Almeida Souto e dois postulantes a vereador de seu partido – Sérgio Lira e Sérgio Ricardo – tiveram votos acima dos concorrentes, mas não foram reconhecidos como vencedores pela Justiça Eleitoral. Os vereadores ainda esperam o julgamento dos recursos no TSE, porém Armando já teve todas as ações negadas, mesmo tendo 988 votos a mais que Coutinho.

“A decisão do TSE nos deu a vitória na eleição. Ele (Armando) concorreu sub judice porque não tinha a legenda, mas resolveu forçar a barra e disputar mesmo assim. O PDT estava conosco”, afirmou Coutinho, referindo-se ao fato de o presidente estadual pedetista, José Queiroz, ter anulado a convenção municipal da sigla em Água Preta e lhe dado apoio.

Se em Água Preta a situação está quase resolvida, não se pode dizer o mesmo de outras localidades. Em Tamandaré, por exemplo, Isaías Honorato (PCdoB) foi o vereador mais votado, mas ainda não foi reconhecido porque concorreu sub judice depois de ter tido o mandato de vereador cassado em 2011. Ele dificilmente ganha o recurso no TSE, mas, até lá, deve fazer sombra a seu colega de partido, conhecido como “Amigo Uellington”, que entrou no seu lugar com apenas 285 votos.

Outras situações
Os candidatos que esperam ter o registro validado e os votos reconhecidos não são os únicos, contudo, a aguardar pelo julgamento do TSE. O prefeito eleito de Petrolina, Júlio Lóssio (PMDB), venceu as eleições, mas ainda espera o julgamento de recurso no TSE contra a impugnação de sua candidatura por suposto uso de propaganda institucional durante as eleições.

Há outros casos curiosos, contudo, que já receberam respostas, como o de Lagoa Grande, também no Sertão do São Francisco. Ontem, o órgão julgou procedente o pedido de inelegibilidade do prefeito José Robson Ramos de Amorim (PSB) por contas rejeitadas na época em que era presidente da Câmara Municipal. A sorte foi que, antes da eleição, ele substituiu seu nome na chapa pelo do seu filho, Dhoni (PSB), e conseguiu vencer contra Rose Garziera (PR), que também concorreu sub judice. (Colaboração Suetoni Souto Maior).