Diario político

marisa gibson
marisagibson.pe@dabr.com.br

Publicação: 01/12/2013 03:00

Com relutância

Depois de um grande esforço para não serem oposição, o PT e o PTB finalmente marcam um novo momento político no estado, com o encontro nesta segunda- feira, em Gravatá, reunindo quatro ministros de Dilma, prefeitos e lideranças interioranas. Sem o PT e o PTB, a Frente Popular de Pernambuco ficou bem menor, mas não a ponto de provocar uma inquietação no governador Eduardo Campos (PSB), que comanda a aliança. Afinal, o rompimento dos três partidos foi um movimento demorado e, de certa forma, uma consequência do projeto presidencial de Eduardo, incompatível candidatura à reeleição da presidente Dilma. Houve muita relutância entre todas as partes envolvidas - ninguém queria dar o primeiro passo - e essa relutância permanece até hoje em alguns gestos do PT, que ainda dá ao governador um tratamento de adversário light. Prova disso é que até agora nem o ex-presidente Lula nem Dilma deram declarações contundentes contra Eduardo - Dilma sequer vem ao encontro dos prefeitos - porque certamente ainda esperam uma reviravolta do projeto Eduardo, apesar de todo o entrosamento entre o PSB e a Rede Sustentabilidade de Marina Silva. Aliás, o rompimento do PT com o governo Eduardo não foi tão consensual e, se pudessem, muitos petistas ainda estariam integrando o governo do PSB. Já o PTB afastou-se do palanque da Frente Popular depois de sucessivas demonstrações de que o senador Armando Monteiro Neto (PTB), candidato ao governo do estado, não teria o apoio de Eduardo. A rigor não houve um rompimento ideológico ou programático entre os três partidos. Tanto é assim que nem os petebistas nem os petistas pernambucanos se juntaram às, até agora, forças de oposição no estado, o DEM e o PSDB. O que os separou foram projetos de poder, os quais poderão juntá-los mais adiante em um outro momento.

Agora é ele

Desta vez é o secretário da Casa Civil, Tadeu Alencar, quem fará o papel de estranho no ninho, representando o governo do estado no encontro dos prefeitos com os quatro ministros de Dilma, em Gravatá. Em fevereiro deste ano, quando Eduardo promoveu reunião, na mesma cidade, para afagar os prefeitos pernambucanos que viviam se queixando da presidente, quem foi de olheiro foi o senador Humberto Costa (PT).

Virada do ano

O PSB vira o ano com o quadro definido de candidatos a deputado federal e estadual, o que será um grande alívio para os socialistas que não têm mandato e estão aí no sereno à espera de uma decisão do partido.

Canal do Sertão

O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) vai se pronunciar favorável à retomada do projeto original do Canal do Sertão, conforme ele tinha negociado no governo Lula, com o então ministro da Integração, Ciro Gomes. O acordo de Jarbas com Ciro – assumido publicamente pelo ministro – previa a ligação do Canal com o Sertão do Araripe Pernambucano.

Projeto

“A intenção original era integrar áreas importantes do estado, levando o desenvolvimento a regiões como o Pajeú e o Araripe, garantindo o abastecimento humano de todo o Agreste de Pernambuco”, diz Jarbas, referindo-se às modificações no Projeto de Transposição do São Francisco, feitas para que o governo de Pernambuco aderisse ao projeto, o que ocorreu em setembro de 2005.

Nordeste

O ex-presidente Fernando Henrique (PSDB) está certo  de que eleição presidencial se ganha no Nordeste. Assim, estimula os tucanos a lançarem  proposta criativas que mexam com as paixões dos nordestinos. Em 2010, a votação de Serra na Região foi inexpressiva.