Um nó para desatar em Santa Catarina Eduardo Campos só deve decidir neste fim de semana quem vai apoiar ao governo catarinense

Aline Moura
alinemoura.pe@dabr.com.br

Publicação: 23/04/2014 03:00

Presidenciável vem discutindo duas possibilidades de palanque socialista (IANO ANDRADE/CB/D.A PRESS)
Presidenciável vem discutindo duas possibilidades de palanque socialista
O presidenciável Eduardo Campos (PSB) visitou Santa Catarina, ontem, mas não conseguiu desatar o nó que amarra, até agora, o anúncio do candidato do PSB ao governo catarinense. Ao longo do dia, Eduardo esteve com vários tipos de público, desde empresários do agronegócio a trabalhadores rurais, mas, só neste próximo fim de semana, a legenda socialista decide se mantém apoio à reeleição do governador Raimundo Colombo (PSD) ou lança candidatura própria. Parte quer manter aliança com Colombo, que deve apoiar a presidente Dilma Rousseff (PT), e outra deseja lançar a candidatura do deputado federal Paulo Bornhausen (PSB), que pertence a uma das famílias mais tradicionais da política local e adversária histórica do ex-presidente Lula (PT).

Se depender de alguns caciques socialistas, o PSB manterá a aliança com Colombo. Primeiro, por ele não carregar nacionalmente o rótulo de "ícone do liberalismo" da família Bornhousen, depois pelo fato de o próprio Eduardo ter articulado a mudança partidária dele do DEM para o PSD, comandado no país por Gilberto Kassab. Mas os argumentos do contra estão surgindo. A ex-senadora Marina Silva, virtual vice de Eduardo, "encantou-se" com Paulo Bornhausen e Colombo não se encontrou com o ex-governador pernambucano - ao menos publicamente -, até o fechamento da edição.

Segundo o secretário-geral do PSB em Santa Catarina, Gelson Albuquerque, a sigla ainda aposta numa reviravolta de Colombo, mas não descarta lançar Paulo Bornhausen. "Há um indicativo de que ele (Colombo) vá apoiar Dilma. Mas prestamos apoio a ele e esperamos a generosidade dele nesse tipo de situação", disse Gelson, afirmando que sábado a legenda se encontra para definir a situação.

Pendências
Eduardo, por sua vez, frisou haver tempo o suficiente para os socialistas resolverem suas divergências em pelo menos mais 12 estados. Ontem, inclusive, o anfitrião de Eduardo foi Bornhausen, que era deputado do DEM, foi para o PSD e migrou em seguida para PSB, ano passado, para não correr o risco de apoiar Dilma.

O presidenciável também criticou a base do governo Dilma no Congresso e garantiu que, se eleito, formará uma maioria no Senado e na Câmara sem fisiologismo e patrimonialismo, com apoio das ruas. "Eu vi esse governo com tanta base, tanto partido, tanto ministério... passar um ano todo sem votar... Quando todo mundo foi para a porta do Congresso, eles (os deputados e senadores) votaram em 15 dias o que não votaram em um ano. A sociedade, quando olhar um governo que aposte nas pessoas boas, vai ajudar a gente a ter maioria no Congresso".