Publicação: 17/09/2014 03:00
Pesquisa Ibope divulgada ontem aponta um crescimento de quatro pontos percentuais nas intenções de voto do candidato presidencial do PSDB, Aécio Neves, que atingiu 19%. Já Dilma Rousseff (PT) caiu de 39% para 36%, e Marina Silva (PSB), de 31% para 30%. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, e o grau de confiança da pesquisa é de 95%. O instituto foi às ruas entre 13 e 15 de setembro e ouviu 3.010 pessoas em 204 municípios.
Numa possível disputa de segundo turno, Marina Silva conseguiu ampliar a vantagem sobre Dilma Rousseff. Se o segundo turno fosse hoje, Marina teria 43% das intenções de voto, e Dilma, 40%. No levantamento anterior do Ibope, encomendado pela CNI e realizado entre 5 e 8 de setembro, as duas apareciam tecnicamente empatadas, com 43% das intenções de voto para a candidata do PSB e 42% para Dilma.
Em uma disputa entre Dilma Rousseff e Aécio Neves, a petista venceria, com 44% contra 37% do tucano. O postulante do PSDB, entretanto, também cresceu nesse cenário. Na pesquisa anterior, ele tinha 33%, enquanto a presidente Dilma contava com 48% das intenções.
A rejeição de Dilma continua alta: 32% dos entrevistados disseram que não votariam nela de forma alguma. Aécio tem 19% e Marina, 14%. A pesquisa foi registrada no TSE sob o número BR-00657/2014.
Efeito da briga
O acirramento da disputa entre Marina e Dilma acabou favorecendo o candidato Aécio Neves (PSDB). A avaliação é do analista político da Tendências Consultoria Integrada, Rafael Cortez. Essa recuperação do presidenciável tucano, no entanto, não deve, segundo ele, alterar a tendência de continuidade da polarização entre a petista e a pessebista.
O cientista político também chama a atenção para a resistência de Marina diante dos ataques, uma vez que sua oscilação de um ponto porcentual no levantamento foi dentro da margem de erro. “Esse resultado é surpreendente porque mostra a consolidação de Marina, que tem resistido a ataques principalmente da Dilma, e sua consolidação para um duelo no segundo turno”, comentou Rafael Cortez.
O também cientista político Carlos Pereira, da Fundação Getúlio Vargas, diz que a pesquisa Ibope mostrou também que existe um limite para a estratégia da presidente Dilma Rousseff de criticar Marina Silva.
Segundo o analista político, o crescimento de Aécio também pode ser atribuído ao escândalo de desvio de dinheiro da Petrobras, que agora parece ter repercutido entre o eleitorado. “Marina mostrou resistência, Dilma mostrou fragilidade e Aécio mostrou sobrevida”, resume Carlos Pereira.
Saiba mais
Pesquisa Ibope presidenciáveis
Intenção de voto (estimulada)
26/08 3/09 12/9 16/09
Dilma Rousseff (PT) 34% 37% 39% 36%
Marina Silva (PSB) 29% 33% 31% 30%
Aécio Neves (PSDB) 19% 15% 15% 19%
Pastor Everaldo (PSC) 1% 1% 1% 1%
Luciana Genro (PSol) 1% 0% 0% 0%
Eduardo Jorge (PV) 0% 0% 0% 0%
Zé Maria (PSTU) 0% 0% 0% 0%
Eymael (PSDC) 0% 0% 0% 0%
Rui Costa Pimenta (PCO) 0% 0% 0% 0%
Mauro Iasi (PCB) 0% 0% 0% 0%
Levy Fidelix (PRTB) 0% 0% 0% 0%
Brancos e nulos 7% 7% 8% 7%
Indecisos 8% 5% 5% 6%
Simulação de segundo turno
Cenário 1
26/08 3/09 12/09 16/09
Dilma Rousseff (PT) 41% 47% 48% 44%
Aécio Neves (PSDB) 25% 34% 33% 37%
Brancos e nulos 12% 11% 13% 12%
Indecisos 12% 8% 6% 6%
Cenário 2
26/08 3/09 12/09 16/09
Dilma Rousseff (PT) 36% 39% 42% 40%
Marina Silva (PSB) 45% 46% 43% 43%
Brancos e nulos 9% 8% 10% 11%
Indecisos 11% 6% 5% 6%
Cenário 3
26/08 16/09
Marina Silva (PSB) 51% 48%
Aécio Neves (PSDB) 27% 30%
Brancos e nulos 14% 15%
Indecisos 8% 8%
Metodologia
O Ibope ouviu 3.010 eleitores em 204 municípios entre os últimos dias 13 e 15 deste mês. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%, o que quer dizer que, se levarmos em conta a margem de erro de dois pontos para mais ou para menos, a probabilidade de o resultado retratar a realidade é de 95%. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o protocolo BR-00657/2014.