Publicação: 27/04/2017 03:05
Enquanto advogados de empresas defendem a reforma trabalhista proposta pelo governo federal, juízes trabalhistas são contra. Mas em um ponto eles concordam: o número de processos vai crescer. O presidente da associação que representa 90% dos magistrados do trabalho (Anamatra), Germano Siqueira, chega a dizer que o número de casos analisados pela Justiça do Trabalho tende a triplicar caso a reforma passe do jeito que está e que esse movimento não será transitório.
Neste ponto advogados e juízes voltam a divergir. O advogado Jorge Matsumoto, do escritório Bichara Advogados, concorda que o número de processo vai crescer, mas diz que será apenas transitório. A transição, no entanto, deverá levar pelo menos uns cinco anos, em sua visão. Num primeiro momento, as ações tendem a crescer, segundo ele, porque os trabalhadores vão questionar as convenções coletivas acertadas entre os sindicatos e as empresas que tirem deles direitos já estabelecidos. “Se um sindicato acertar com o patrão que o adicional de insalubridade deve cair de 40% para 10% não há trabalhador que não vá questionar”, diz.
Pela reforma em análise no Congresso, a convenção coletiva terá mais poder que a própria lei trabalhista. Isso em tese tiraria o potencial de disputas judiciais, mas neste ponto os trabalhadores que se sentirem lesados poderão entrar na Justiça questionando o princípio da boa fé usada nas negociações “Esse tipo de questionamento tem que ser analisado pelo Judiciário”, diz.
A estimativa de advogados é de que o número de processos cresça entre 30% a 40% e não três vezes mais como prevê a Anamatra. O juiz Germano Siqueira, no entanto, justifica tamanho volume levando em conta um dos artigos da nova lei que prevê que todo acordo extrajudicial entre trabalhador e patrões precisa passar pelo crivo da Justiça. Pelas regras atuais, esse tipo de acordo pode ser homologado pelo próprio sindicato ou pelo Ministério do Trabalho, segundo Siqueira. (AE)
Neste ponto advogados e juízes voltam a divergir. O advogado Jorge Matsumoto, do escritório Bichara Advogados, concorda que o número de processo vai crescer, mas diz que será apenas transitório. A transição, no entanto, deverá levar pelo menos uns cinco anos, em sua visão. Num primeiro momento, as ações tendem a crescer, segundo ele, porque os trabalhadores vão questionar as convenções coletivas acertadas entre os sindicatos e as empresas que tirem deles direitos já estabelecidos. “Se um sindicato acertar com o patrão que o adicional de insalubridade deve cair de 40% para 10% não há trabalhador que não vá questionar”, diz.
Pela reforma em análise no Congresso, a convenção coletiva terá mais poder que a própria lei trabalhista. Isso em tese tiraria o potencial de disputas judiciais, mas neste ponto os trabalhadores que se sentirem lesados poderão entrar na Justiça questionando o princípio da boa fé usada nas negociações “Esse tipo de questionamento tem que ser analisado pelo Judiciário”, diz.
A estimativa de advogados é de que o número de processos cresça entre 30% a 40% e não três vezes mais como prevê a Anamatra. O juiz Germano Siqueira, no entanto, justifica tamanho volume levando em conta um dos artigos da nova lei que prevê que todo acordo extrajudicial entre trabalhador e patrões precisa passar pelo crivo da Justiça. Pelas regras atuais, esse tipo de acordo pode ser homologado pelo próprio sindicato ou pelo Ministério do Trabalho, segundo Siqueira. (AE)
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