Bandeiras opostas agora unidas

Publicação: 19/05/2017 03:00

Várias capitais tiveram ontem manifestações pela renúncia de Michel Temer sob o efeito do pronunciamento em que o presidente afirmou que não entregaria o cargo. No Rio, houve confronto entre jovens mascarados e policiais militares, pondo fim em um ato até então pacífico na Cinelândia (região central).

Os atos foram uma amostra do que deve acontecer no próximo domingo, quando grupos ideologicamente rivais prometem ir às ruas do país. Desta vez, a polarização entre eles será baseada em “Diretas-Já” versus “obediência à constituição”.

Em São Paulo, o Vem Para a Rua e o MBL marcaram uma manifestação para as 14h de domingo, na Avenida Paulista - mesmo horário e local em que irá ocorrer um ato organizado pela Frente Brasil Popular e Povo Sem Medo. Durante o impeachment da presidente cassada Dilma Rousseff, esses grupos estiveram em lados opostos e, em algumas situações, chegaram a entrar em embates físicos.

Dessa vez, existe um aparente consenso em relação à necessidade de renúncia ou impeachment de Michel Temer, mas a concordância não vai muito além desse ponto. O Vem Para a Rua e o MBL, que defenderam a saída de Dilma, vão às ruas pedir a “prisão de todos os políticos acusados de corrupção” e “uma saída constitucional para o pós Michel Temer. Ou seja, eleições indiretas (como prevê a Constituição). Já a manifestação da Frente Brasil Popular e do Povo Sem Medo vai gritar por “Diretas Já” e prega o “fim imediato das reformas trabalhista e da Previdência”.

Em Brasília, as manifestações contaram com cerca de 1.500 pessoas em estimativa da PM. Manifestantes se aproximaram do Congresso e gritaram palavras de ordem como “se empurrar o Temer cai” e, mais uma vez, “Diretas Já”. Pessoas mascaradas foram revistadas e liberadas. (AE e Folhapress)