Perito: áudio é 'prova imprestável'

Publicação: 23/05/2017 03:00

Advogados do presidente Michel Temer encomendaram análise do perito Ricardo Molina sobre o grampo feito pelo empresário Joesley Batista, da JBS. O laudo afirma que a gravação é “prova imprestável para fins judiciais”. O perito diz que o áudio contém dezenas de pontos de descontinuidades, pontos de clipping e ruídos de mascaramentos. “Em qualquer processo corriqueiro esse tipo de gravação é descartado por possuir demasiados indícios de possível edição.”

Segundo Molina, para além do que ele chama de “indícios muito consistentes de edição”, “vale lembrar que grande parte da gravação, mais especialmente no que diz respeito às falas do presidente, é ininteligível, dificultando, quando não impossibilitando a definição inequívoca dos contextos de cada fragmento”.

Molina disse ainda que tem certeza de que a Polícia Federal vai identificar falhas técnicas no material e que do ponto de vista técnico a gravação não pode ser considerada autêntica. “Foram identificados ao menos seis pontos de possível edição”, acrescenta.

Carne fraca
O Palácio do Planalto informou ontem que o presidente Michel Temer se equivocou ao dizer à Folha de S Paulo que foi procurado pelo empresário Joesley Batista, dono da JBS, para falar sobre a Operação Carne Fraca. A declaração de Temer foi publicada ontem pelo jornal. A conversa, grampeada por Joesley, no entanto, ocorreu dez dias antes da operação desencadeada pela PF. “O presidente se equivocou, se confundiu”, afirmou a assessoria. Na entrevista, Temer falou que Joesley o procurou três vezes. “Ele é um grande empresário. Quando tentou muitas vezes falar comigo, achei que fosse por questão da Carne Fraca”. (AE e Folhapress)