O luto dos petistas na despedida a Garcia Ex-presidentes Lula e Dilma estavam bastante emocionados no velório do ex-assessor especial

Publicação: 22/07/2017 03:00

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chorou, nesta sexta-feira, ao participar do velório do ex-assessor especial da Presidência Marco Aurélio Garcia, que morreu na quinta-feira, vítima de um infarto aos 76 anos. A cerimônia aconteceu na Assembleia Legislativa de São Paulo. A ex-presidente Dilma Rousseff também esteve na despedida do intelectual e um dos fundadores do PT. Ele será cremado neste sábado no Crematório da Vila Alpina, zona leste da capital paulista.

Ao lado do filho de Garcia, Leon, e dos ex-ministros Celso Amorim e Roberto Amaral, Lula tocou o corpo do amigo e, aos prantos, fez uma declaração. “A carne se vai, mas as ideias, o humor e a beleza política continuam”, afirmou.

A ex-presidente Dilma Rousseff também lamentou. “Minha vida fica menor sem ele”, disse. A presidente cassada ressaltou que o ex-assessor foi uma “pessoa excepcional” e deu grande contribuição para a política externa do Brasil, fazendo “do Uruguai à Venezuela a sua pátria”. Dilma afirmou ainda que sentirá muito a perda de Garcia. “Além de companheiro, ele era um grande amigo.”

Lula comentou a crítica que fizera na véspera ao PSol, quando disse que eles deveriam assumir uma prefeitura para deixar de “frescura”. O ex-presidente disse que o tom não foi de ataque.

Lula reforçou ainda que Garcia poderia até não ter ocupado o cargo de ministro das Relações Exteriores, mas foi “mais que um chanceler”. “Marco Aurélio representava os partidos de esquerda quando o Celso (Amorim, ministro das Relações Exteriores no governo Lula) não tinha acesso. Ele me representava junto aos movimentos sociais, ao que o Celso não tinha acesso, me representa junto ao movimento sindical, aos partidos de esquerda e ainda disputava com o Celso a primazia de agradar aos governantes do mundo inteiro”, disse Lula, emocionado.

Também presente à cerimônia, Celso Amorim afirmou que Garcia foi um parceiro e um irmão na luta do Brasil para se afirmar no exterior “não subjugando ninguém, mas com solidariedade e sentimento de verdadeira fraternidade internacional”.

ABSOLVIÇÃO
Para a presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), a morte de Garcia “é uma perda muito grande, principalmente num momento difícil como este, do país, da política e do reposicionamento do PT”.

Gleise aproveitou para dizer que tem esperanças de que a absolvição do ex-tesoureiro João Vaccari Neto em um dos processos da Lava-Jato se repita com Lula no caso do tríplex de Guarujá. Os processos “são muito parecidos”, disse. Vaccari foi absolvido porque os juízes consideraram que a ação se baseava na palavra de delatores, e as provas não referendavam conduta criminosa. (Da redação com Agência Estado e Folhapress )