Doação de empresa divide opiniões

Publicação: 23/08/2017 03:00

Apesar de nos bastidores haver uma discussão sobre a retomada do financiamento empresarial de campanha, parlamentares veem dificuldade em aprovar agora esse tipo de proposta. Para deputados e senadores, ainda há questões a serem discutidas antes de o tema voltar à pauta do Congresso. “Eu acho que deveríamos caminhar para o financiamento privado, desde que o STF possa se manifestar antes”, afirmou o líder do PSB no Senado, Fernando Bezerra (PE).

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defenderam anteontem a doação de empresas como alternativa ao fundo público em análise na Câmara, estimado em R$ 3,6 bilhões.

Mesmo correligionários de Maia, como o presidente do DEM, senador José Agripino Maia (RN), e o líder do partido no Senado, Ronaldo Caiado (GO), disseram não ser possível votar uma proposta neste sentido no atual contexto político. “O financiamento privado de campanha já não é mais possível”, disse Agripino. “O financiamento de empresa hoje criaria um clima de criminalização do voto”, afirmou Caiado. O presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), defendeu a doação de empresas a candidatos e partidos. “Acho que é absolutamente inaceitável qualquer fundo que tire dinheiro Orçamento e de projetos importantes. Não o financiamento do jeito que era, mas com novas regulações, bem duras”, disse Jereissati. Sobre o distritão, o deputado Alessandro Molon (Rede-RJ) afirmou não ter a menor dúvida de que o modelo eleitoral dificulta a renovação na Casa. (Agência Estado)