Painel político

por Daniela Lima/folhapress
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Publicação: 14/08/2017 03:00

Pior fica

Aliados de Michel Temer colocaram na ponta do lápis, neste fim de semana, a erosão do capital político do presidente após seu esforço para barrar a denúncia de Rodrigo Janot na Câmara. Os cálculos foram feitos a fim de mensurar a disposição da base aliada para aprovar a reforma da Previdência. Os números não são alvissareiros. Nas contas de um deputado planilheiro, o governo tem apenas 150 votos certos em apoio às novas regras de aposentadoria.

Más notícias
O mapeamento será entregue hoje ao presidente. Antes da denúncia, o governo contava 255 apoios à Previdência. Entre esses, porém, 105 votaram pelo afastamento de Temer e agora são considerados incógnitas quanto às mudanças na aposentadoria.

Onde atacar
O cruzamento também será usado para guiar a política de redistribuição de cargos do Planalto. Indicará recompensas a integrantes da base que já foram simpáticos às novas regras e votaram a favor da denúncia, mas agora parecem indecisos sobre a reforma.

Movediço
A divisão do espólio de cargos que foram retirados de deputados que votaram pelo afastamento de Temer está criando problemas para o Planalto. Há casos em que mais de um partido reivindica a nomeação para o mesmo posto.

É meu
O comando da Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba) foi reivindicado pelo PP e também por aliados do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O segundo grupo levou a melhor.

TIROTEIO

O MST vai escoltar Lula na caravana. Lembra Mick Jagger em Altamont, quando o Hells Angels fez segurança dos Rolling Stones!
DO EX-SENADOR DELCÍDIO DO AMARAL, ironizando a estrutura montada para o giro que Luiz Inácio Lula da Silva fará pelos Estados da região Nordeste.

Livre estou
Passada a votação da denúncia, o Planalto vai intensificar a agenda de viagens de Temer. Na sexta (11), o presidente recebeu a confirmação de sua visita de Estado da Pequim, em 1º de setembro, antes do Brics. No sábado, o presidente entrega casas em Macapá (AP).

Santo é de barro
Líderes do centrão contrários à adoção do distritão vão investir no discurso de que há “açodamento” no debate da reforma política para tentar impedir o avanço da proposta.

Os últimos serão...
Aos que ainda acreditam na possibilidade de o sistema ser aprovado em plenário, deputados do grupo dizem que basta fazer a conta: hoje, parlamentares eleitos pelo coeficiente eleitoral representam 20% da Câmara.

... os primeiros
De acordo com esse discurso, são eles, cerca de 100 parlamentares, os donos dos votos que vão derrotar a mudança do sistema eleitoral.

Na sua cara
O deputado Eduardo Bolsonaro (PSC-SP), filho de Jair Bolsonaro, postou neste domingo foto em que exibe uma camiseta com os dizeres: “machistas não passarão”. Tratava-se de uma ironia. A mensagem era ilustrada com a imagem de uma mulher debruçada sobre uma tábua de passar.


CONTRAPONTO

Piada pronta


Durante discussão da reforma política na Câmara, na semana passada, o líder do PSOL, Glauber Braga (RJ), lembrou que a proposta do distritão foi apresentada, originalmente, pelo ex-presidente da Casa, o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
– Por isso, caros colegas, vou chamá-la de “cunhão”.
Seu colega de partido, Chico Alencar (PSOL-RJ) embarcou na provocação e concluiu:
– Melhor chamá-la de 'detritão'. E aproveito para sugerir aos defensores do Fundo de Financiamento da Democracia, dos absurdos R$ 3,6 bilhões, que deixem de lado a sigla, Fude, pois certamente será alvo de chacota...