Presidente da CCJ nega pressão

Publicação: 22/09/2017 03:00

O presidente da CCJ da Câmara, Rodrigo Pacheco (PMDB-RJ), deve anunciar na próxima terça-feira o nome do deputado indicado para relatar a segunda denúncia contra o presidente Michel Temer. Diferentemente da primeira, barrada pelo plenário da Câmara, Pacheco disse que agora não vem sofrendo pressões, seja do governo, seja da oposição, para a indicação do nome. “Pressão nenhuma. Está bem mais ameno”, disse o peemedebista. Como na primeira denúncia, Pacheco deve indicar para a relatoria do caso um parlamentar que seja advogado e repete o discurso de que escolherá um técnico, com “autoridade para exercer esse papel”.

Embora o governo avalie que o clima da votação agora é mais favorável, o vice-líder  do governo, Beto Mansur, disse ser importante indicar um relator cujo posicionamento político sobre as investigações contra Temer seja desconhecido. O argumento que a base governista usará na defesa de Temer será de que a denúncia se refere a atos supostamente praticados antes do mandato de presidente da República e tem como base delações sob suspeita. Sem promover mudanças na CCJ, como ocorreu na tramitação da primeira denúncia, atualmente os governistas dizem ter 40 votos contrários à acusação do total de 66 titulares. Por isso, a pressão sobre Pacheco estaria menor.

Partidos como PSDB e DEM já pediram para que o relator escolhido não seja membro de suas bancadas, mas Pacheco sinalizou que pode não atender aos apelos. Os partidos não querem sofrer o desgaste de assumir o papel. O peemedebista não esconde a “simpatia” por Marcos Rogério (DEM-RO) e Evandro Gussi (PV-SP).

Os aliados também apostam que o presidente da CCJ não comprará nova “briga” com o Palácio do Planalto como da primeira, quando Pacheco escolheu Sérgio Zveiter (ex-PMDB e hoje Podemos-RJ) para relatar o processo. (Agência Estado)