O que deveria ser uma audiência pública para discutir a segurança terminou quase em ato de violência explícita. Faltou pouco para que os deputados Joel da Harpa (Podemos) e Zé Maurício (PP) fossem às vias de fato. Após uma discussão em tom exaltado, motivada por queixas sobre utilização em excesso do tempo de discurso na tribuna, os dois partiram para o confronto em pleno debate sobre o Pacto pela Vida, convocado pela bancada de oposição na Assembleia Legislativa do Estado. Só foram separados graças à intervenção de representantes da sociedade civil e colegas deputados presentes.

A confusão começou porque Joel da Harpa teria excedido o tempo que lhe foi destinado a discursar e, na sua fala, fez duras críticas à atuação do secretário de Defesa Social, Antônio de Pádua. Ao que foi advertido por Zé Maurício, integrante da bancada governista, os dois se estranharam e o tumulto começou, forçando o deputado Lucas Ramos (PSB), que presidia a audiência, a encerrar os trabalhos.

Antes da interrupção, houve tempo para a discussão de questões na área da segurança pública, que vem sendo explorada politicamente devido aos números de violência no estado. De um lado, a oposição busca enfraquecer a base governista. Do outro, o governo se empenha em ações de visibilidade pública para o setor. Ambos de olho nas eleições de 2018. O Palácio, preocupado em proteger Paulo Câmara dos ataques, escalou um verdadeiro pelotão para fazer a defesa do Pacto pela Vida.

Sob o comando do coordenador do programa, secretário Márcio Stefanni (Planejamento), compareceram aos debates os secretários Antônio de Pádua (Defesa Social), Pedro Eurico (Justiça) e Roberto Franca (Desenvolvimento Social), além do procurador-geral do Estado, César Caúla, e vários oficiais de alta patente da PM, fazendo um contraponto à presença de agentes da polícia civil e soldados da PM, ligados às associações e sindicatos das categorias de base.