LEGISLATIVO » Cúpula política é presa no Rio

Publicação: 17/11/2017 03:00

O presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), o deputado Jorge Picciani, e o deputado Paulo Melo se entregaram ontem à Polícia Federal no Rio de Janeiro. Mais cedo, juízes do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, no Rio, decidiram por unanimidade pela prisão imediata dos deputados. Foi expedido mandado de prisão também de Edson Albertassi, que ainda não se entregou.
Os três integram a cúpula do PMDB do Rio e são investigados no âmbito da operação Cadeia Velha, desdobramento da Lava-Jato que apura favorecimento de empresas de ônibus por parlamentares fluminenses.
Picciani chegou às 16h42 na sede da polícia. Melo, por sua vez, chegou escoltado por policiais federais e sem o seu tradicional bigode. Ele já foi presidente da Alerj e é um dos principais nomes do PMDB no estado.
Picciani e Paulo Melo devem passar por exame de corpo de delito e depois seguir para o mesmo presídio onde estão os presos da Lava-Jato, como Cabral, Sérgio Côrtes, Jacob Barata Filho e o filho do Picciani, Filipe Picciani.
Leis teriam sido elaboradas sob medida para atender aos interesses das empresas de ônibus do Rio mediante suposto pagamento de propina.
Os juízes da primeira sessão especializada do Tribunal Regional Federal decidiram por cinco votos a zero pela prisão dos três deputados e seu consequente afastamento das funções parlamentares.
No entendimento dos juízes, a prisão preventiva se justifica porque os crimes supostamente cometidos pelos deputados continuariam em curso. Deputados, contudo, só podem ser presos em crimes em flagrante por delitos inafiançáveis. Os magistrados pediram prisão por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.