Falha humana é linha principal Polícia Federal diz que não houve ato intencional em acidente que matou o ministro do Supremo Teori Zavascki em janeiro do ano passado

Publicação: 11/01/2018 03:00

O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Fernando Segovia, e o delegado da PF Rubens Maleiner se encontraram com a ministra Cármen Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal, ontem, por cerca de uma hora e meia para apresentar o andamento da investigação sobre o acidente aéreo que matou o ministro Teori Zavascki e outras quatro pessoas, em janeiro de 2017.

Após a reunião, Maleiner, que preside o inquérito sobre o acidente, afirmou que, embora a investigação ainda não esteja concluída, já se pode afirmar que não houve qualquer ato intencional que tenha provocado a queda da aeronave, descartando as hipóteses de sabotagem no avião que levava o então ministro relator da Lava-Jato. O delegado acrescentou que a apuração está em estágio bastante avançado.

“A possibilidade de um ato intencional contra aquele voo foi bastante explorada, em diversos exames periciais, e nenhum elemento nesse sentido foi encontrado”, disse. Para fechar a conclusão da causa do acidente, Maleiner afirmou que são necessárias mais algumas perícias.

“Existe um conjunto de fatores que podem ter levado àquele desfecho, que dizem respeito a condições meteorológicas, trajetórias e alturas desempenhadas pelo piloto naquela tentativa de aproximação para Paraty, e a condição de voo pelo visual e pela questão instrumental”, completou. Quando perguntado se a hipótese mais provável para a queda seria a de falha humana, o delegado apenas afirmou “estamos avançando”.

O jornal O Estado de S. Paulo adiantou essas conclusões e noticiou na terça-feira que, de acordo com as investigações, não foram encontrados vestígios de falha que pudesse ter sido evitada antes da decolagem da aeronave. Também não foi possível encontrar nenhum vestígio de explosivos ou produtos químicos que pudessem causar incêndio dentro do avião.

Desde o dia da queda, os motivos do acidente são investigados pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes da Aeronáutica (Cenipa) e pela PF de Angra dos Reis. Além de periciar destroços da aeronave e gravações das conversas entre piloto e torre de controle, o inquérito realizou exames nos corpos do piloto, do ministro e das outras vítimas para descartar qualquer tipo de anormalidade que possa ter causado o acidente. Além do ministro, morreram o empresário Carlos Alberto Filgueiras, dono da avião, o piloto Osmar Rodrigues, a massoterapeuta Maíra Panas e sua mãe, Maria Hilda Panas Helatczuk. (Da Agência Estado)