Diario político

Marisa Gibson

Publicação: 01/02/2018 03:00

Conta eleitoral

Movidos a votos e não a ideias, os partidos, com a esperada inelegibilidade do ex-presidente Lula, estão jogando todas as cartas para a formação de alianças independentemente de qualquer alinhamento ideológico. Nessa fase de construção de candidaturas e de palanques, o que importa é o pragmatismo selvagem nem que isso signifique riscos para a unidade partidária. E a divulgação ontem da primeira pesquisa presidencial do DataFolha, após a condenação de Lula em 2ª instância, mostra que o cenário não está fácil para ninguém, com exceção do ex-presidente que, com 37% de intenção de voto, continua à frente dos demais concorrentes em todas as projeções. A pesquisa repete o mesmo cenário para o deputado Jair Bolsonaro (PSL), segundo colocado com 16%, seguido de Marina Silva (Rede) com 13%, Ciro Gomes (PDT) 10%, Geraldo Alckmin (PSDB) 8% e Luciano Huck (sem partido) 8%. Evidentemente, a partir dessa avaliação, os partidos vão redirecionar suas estratégias até porque o eleitor continua refratário à classe política, como revela a pesquisa. E não é pra menos. O PSB, por exemplo, que em 2014 pregava uma nova maneira de fazer política, apresenta-se hoje como um franco-atirador: tem dois postulantes a presidente, os ex-deputados Aldo Rebelo (SP) e Beto Albuquerque (RS), enquanto setores do partido tentam lançar o ex-ministro do STF Joaquim Barbosa, e outros trabalham por uma composição com Geraldo Alckmin, governador de São Paulo. Essa proliferação reflete o grau das disputas pelo poder dentro partido e, aparentemente,  só uma aliança com Lula – cada vez mais distante – seria capaz de unir os socialistas em torno de um só candidato.

Senha tucana
Lideranças da oposição passaram a desconfiar que o deputado Bruno Araújo (PSDB) não tem interesse em disputar a eleição majoritária. A senha foi dada pelo prefeito de Santa Cruz do Capibaribe, Edson Vieira (PSDB), que lançou a candidatura de sua esposa Alessandra para deputada estadual. Edson havia dito que se Bruno não fosse candidato a federal ele seria. Não havendo isso, lançaria a mulher. E foi o que fez.

Avaliação
A oposição não perdoa:“O PSB nacional virou uma  casa de mãe Joana”, diz um cacique do lado de lá.

Peso pesado
Os grupos que fazem oposição ao governo Paulo Câmara vão ter que encontrar um novo discurso, além da recuperação econômica do país, para minimizar os  efeitos dos 80% de rejeição queTemer tem na região do Nordeste, como aponta a DataFolha. Mulheres e trabalhadores que ganham menos de dois salários mínimos são os que têm a pior avaliação do presidente.

Mágoas  
Para muitos emedebistas do interior, tanto faz o MDB ficar com Raul Henry, presidente estadual do partido, ou com o senador Fernando Bezerra Coelho. Para essas lideranças, o problema maior é o governo Paulo Câmara (PSB): “O governo deixou de atender muito dos pleitos que apresentamos”.

Nova diretoria
O vice-presidente do Superior Tribunal de Justiça, ministro Humberto Martins, confirmou presença na posse da nova diretoria do Tribunal de Justiça de Pernambuco,que acontece segunda-feira próxima às 15h.Os novos presidente e corregedor do tribunal são os desembargadores Adalberto Melo e Fernando Cerqueira, que substituirão os desembargadores Leopoldo Raposo e  Antônio de Melo e Lima.

Ministros
Está confirmada a presença também dos ministros do Superior Tribunal de Justiça Mauro Campbell, João Otavio Noronha, Og Marques Fernandes e Francisco Falcão, além de dirigentes de órgãos da judicatura de diferentes estados. Após a transmissão dos cargos, haverá jantar de adesão no Spettus.

Comitiva  
O deputado federal Tadeu Alencar (PSB), candidato à reeleição, foi um dos parlamentares que acompanhou Raul Henry (PMDB), governador em exercício, na visita ontem a Araripina para anunciar a sistemática especial de tributação que beneficiará o Polo Gesseiro do Araripe. A extração e processamento da gipsita na região movimenta R$ 70 millhões/ano. E, claro, é um celeiro de votos.