Ofensivas do Planalto a Barroso
Auxiliares de Temer criticam medidas do ministro do STF sobre indulto natalino, falam em "doença" e em "invasão de competências" pelo magistrado
Publicação: 14/03/2018 03:00
O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, negou que haja uma guerra entre o Executivo e o Judiciário, mas destacou que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luis Roberto Barroso desrespeitou os três poderes ao alterar, em medida cautelar, o decreto de indulto natalino assinado no ano passado pelo presidente Michel Temer. “Não existe guerra declarado entre Executivo e Judiciário. Existe sim uma luta do Executivo ao considerar que a decisão de um juiz do STF, senhor Barroso, que essa ultrapassa as prerrogativas do Executivo, do Legislativo e até o Judiciário”, disse. Segundo Marun, é também dever do presidente da República “lutar pelo estado democrático de direito”. “E entendemos que o estado de direito está sendo ultrajado neste momento”, afirmou.
Ao negar que há uma guerra, o ministro reconheceu que o tema tem ganhado a agenda do governo. “Nos estranha o fato de que sucessivas decisões sejam tomadas com efeito de quase que nos obrigar a mudar a agenda”, disse, afirmando que o presidente e o governo não têm nada a temer.
Marun disse que considera as medidas de Barroso como uma “doença” e que se for “buscar remédio” será fora do ministério. “Se entender que a Constituição oferece alicerce para que eu busque esse tipo de remédio em relação à doença (essas medidas) eu não deveria fazer a solicitação em condição de ministro do Estado”, afirmou Marun, que pode se licenciar para representar contra o ministro no Senado. “O governo não está pensando nisso (impeachment do Barroso), mas eu estou.”
O ministro da Justiça, Torquato Jardim, que também participou da entrevista não comentou a ideia de impeachment de Barroso, mas afirmou que a decisão do ministro invade competências. “Estamos diante de uma ADIN (Ação Direta de Inconstitucionalidade) cujo objeto é afirmar a nulidade da norma ou interpretá-la conforme a Constituição. O papel não é legislar. Nos surpreende que, quando legisla de um quinto para um terço a necessidade de cumprimento da pena, o ministro invade competência exclusiva da Presidência”, disse. Para Torquato, a decisão de Barroso sobre indulto “surpreende porque antecipa o mérito” e “ao avançar no mérito subtrai competência do plenário” do STF.
Impeachment
Marun afirmou ainda que avalia se licenciar do cargo para poder apresentar uma representação no Senado para pedir o impeachment de Luis Roberto Barroso. Marun negou que a ideia seja uma ameaça ao ministro da Suprema Corte e disse ainda que, mesmo falando oficialmente do Palácio do Planalto, não conversou com o presidente Michel Temer sobre o assunto. “É o deputado Carlos Marun que pensa em tomar essa atitude”, disse.
O ministro destacou ainda que, “se entender, respeitando a Constituição, se for este o caminho, agasalhado pela Constituição para casos como esse, eu analiso possibilidade de me licenciar, retomar meu mandato para apresentar solicitação de responsabilização do ministro Barroso”. (AE)
Ao negar que há uma guerra, o ministro reconheceu que o tema tem ganhado a agenda do governo. “Nos estranha o fato de que sucessivas decisões sejam tomadas com efeito de quase que nos obrigar a mudar a agenda”, disse, afirmando que o presidente e o governo não têm nada a temer.
Marun disse que considera as medidas de Barroso como uma “doença” e que se for “buscar remédio” será fora do ministério. “Se entender que a Constituição oferece alicerce para que eu busque esse tipo de remédio em relação à doença (essas medidas) eu não deveria fazer a solicitação em condição de ministro do Estado”, afirmou Marun, que pode se licenciar para representar contra o ministro no Senado. “O governo não está pensando nisso (impeachment do Barroso), mas eu estou.”
O ministro da Justiça, Torquato Jardim, que também participou da entrevista não comentou a ideia de impeachment de Barroso, mas afirmou que a decisão do ministro invade competências. “Estamos diante de uma ADIN (Ação Direta de Inconstitucionalidade) cujo objeto é afirmar a nulidade da norma ou interpretá-la conforme a Constituição. O papel não é legislar. Nos surpreende que, quando legisla de um quinto para um terço a necessidade de cumprimento da pena, o ministro invade competência exclusiva da Presidência”, disse. Para Torquato, a decisão de Barroso sobre indulto “surpreende porque antecipa o mérito” e “ao avançar no mérito subtrai competência do plenário” do STF.
Impeachment
Marun afirmou ainda que avalia se licenciar do cargo para poder apresentar uma representação no Senado para pedir o impeachment de Luis Roberto Barroso. Marun negou que a ideia seja uma ameaça ao ministro da Suprema Corte e disse ainda que, mesmo falando oficialmente do Palácio do Planalto, não conversou com o presidente Michel Temer sobre o assunto. “É o deputado Carlos Marun que pensa em tomar essa atitude”, disse.
O ministro destacou ainda que, “se entender, respeitando a Constituição, se for este o caminho, agasalhado pela Constituição para casos como esse, eu analiso possibilidade de me licenciar, retomar meu mandato para apresentar solicitação de responsabilização do ministro Barroso”. (AE)
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