Reforçando cartão de visitas eleitoral Meirelles destacou, em evento para uma plateia de empresários do estado, os avanços que, segundo ele, conseguiu implementar na economia brasileira

SÁVIO GABRIEL
savio.gabriel@diariodepernambuco.com.br

Publicação: 29/03/2018 03:00

Em passagem pelo Recife, o ainda ministro da Fazenda, Henrique Meireles, fortaleceu seu nome como possível candidato à Presidência da República junto ao empresariado pernambucano. Durante palestra realizada no Lide Pernambuco, o ministro imprimiu um tom otimista para o cenário econômico do país nos próximos meses e atrelou esse resultado à política adotada desde que assumiu a pasta. Apesar de ter, inclusive, apresentado propostas para uma futura candidatura, ele não confirmou se lançará seu nome à disputa de outubro.

Sobre a definição de seu nome, Meirelles afirmou que está aguardando o resultado de pesquisas qualitativas feitas junto ao eleitorado. “As primeiras conclusões são extremamente favoráveis, e temos de avaliar o que o eleitor brasileiro hoje espera de um presidente da República”, disse, adiantando que os resultados mostram que, segundo os eleitores, ele possui as caractarísticas esperadas do chefe do Executivo nacional. “Os participantes da pesquisa identificam na minha pessoa a experiência, a seriedade, a honestidade, uma história inquestionável”.

Apesar disso, ele disse que ainda vai conversar com o presidente Michel Temer (MDB) para definir a candidatura ao Planalto e uma possível composição de chapa. O ministro é cotado para ocupar o cargo de vice-presidente na chapa do emedebista. “Tenho que tomar a decisão se eu serei ou não candidato e, caso eu decida, e o presidente (Temer) de fato definir que ele também é candidato, aí de fato vamos conversar para saber como podemos fazer uma composição”. Ele negou que haja qualquer mau estar com o chefe do Executivo. “Estamos trabalhando. Significa que as coisas estão na direção certa e vamos chegar a um entendimento (sobre quem será o cabeça de chapa)”.

Nem mesmo os baixos índices de popularidade de Temer desanimam Meirelles. Na avaliação dele, é natural que a população esteja com uma sensação negativa após a recessão. “A inflação caiu, mas as pessoas não sentiram isso completamente. É questão de tempo para que a melhora do país seja sentida. As pessoas vão ver que as empresas que demitiam pararam de demitir e começaram a contratar. Quem estava com medo passa a ficar mais tranquilo”.

Durante a palestra, Henrique Meirelles voltou a defender as privatizações, especialmente a da Eletrobras. Segundo ele, a entrega da estatal ao capital privado vai melhorar a qualidade do serviço oferecido à população. Ele comparou a tentativa de venda da empresa à privatização do sistema de telefonia, na década de 1990. O tema encontra forte resistência dos parlamentares no Congresso, especialmente os integrantes da bancada nordestina. Apesar disso, o ministro não acredita que, caso seja candidato, sua posição vai dificultar a composição de alianças no Nordeste. “A privatização é conduzida pelo ministro das Minas e Energia (Fernando Filho), que é pernambucano. O governo está conversando intensamente com a bancada da região, visando assegurar os recursos necessários para a bacia do Rio São Francisco. Acredito que esse é o caminho que vai pacificar esse assunto e permitir um bom acordo”.