Dilema sobre candidatura para o governo divide o PT Em Pernambuco, partido não definiu se terá um candidato próprio ou se manterá a aliança com Paulo

Cláudia Eloí
claudiaeloi@diariodepernambuco.com.br

Publicação: 23/04/2018 09:00

Em uma postura que parece paradoxal, um dos pré-candidatos do PT ao governo de Pernambuco, José de Oliveira, reforçou a tese defendida pelo vice-presidente estadual da sigla no estado, Oscar Barreto, que a legenda precisa rediscutir a respeito de candidatura própria e reavaliar a possibilidade de alianças no estado. “Defendo candidatura própria, mas não tenho posição única. Quem tem ideia fixa é louco. Estou aberto ao debate”, destacou.

Na sua avaliação, o prazo para discussão sobre a tática eleitoral que o PT deve adotar para enfrentar as urnas fortalecido ainda não acabou. “Defendo que os dois sentimentos (candidatura própria e política de alianças) sejam discutidos pelo conjunto dos partidos e pelos delegados. Candidatura única não é a única saída de debate para o PT”, advertiu Oliveira.

De acordo com ele, Pernambuco precisa refazer a correção dos prazos do calendário eleitoral com o da direção nacional. “O PT nacional fez um calendário a partir da situação que enfrentava e o estadual continuou com o calendário defasado”, observou Oliveira.

Ele acrescentou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a necessidade de reeditar o campo de alianças, durante o 6º Congresso Nacional da sigla. “Na ocasião, Lula perguntou aos movimentos sociais se, sozinhos, conseguiriam elegê-lo presidente do país e não teve resposta. Lula confirmou a necessidade de rediscutir o campo de aliança com os partidos que defendem o princípio democrático como o PCdoB, PSol, PDT e PSB”, lembrou.

O ex-prefeito de Águas Belas, Luiz Aroldo, também defendeu a política de aliança com o PSB, alegando que até agora o PT não tem chapa competitiva para deputado federal e estadual. “Nessa campanha estamos só. O candidato tem que ser capaz de atrair pessoas fora do seu cotidiano. Fui eleito prefeito com a ajuda de um coletivo, de candidatos a vereadores e de movimentos sociais”, alertou o ex-prefeito. Para ele, a prioridade do PT nesse momento é reeleger os governadores da sigla e fazer uma bancada forte de deputados federais e senadores para defender Lula em Brasília.

Procurado para falar sobre o assunto, o presidente estadual do PT, Bruno Ribeiro, afirmou que o encontro estadual da sigla, marcado para o dia 12 de maio, é o fórum adequado para definir as candidaturas e os caminhos do PT. “Por minha formação e militância política, considero que é melhor analisar as diferentes visões dos filiados dentro do partido. A previsibilidade na política desapareceu e é natural que, diante desse difícil momento que o cidadão está vivendo, as pessoas se posicionem de maneira divergente”, afirmou.