General volta a falar de corrupção Ao lado de Michel Temer durante evento em Brasília, comandante do Exército descreve as reais ameaças à democracia, como violência e impunidade

Publicação: 20/04/2018 09:00

O general Eduardo Villas Bôas, comandante do Exército, afirmou por meio de uma mensagem, lida ontem, que a corrupção, a impunidade e a ideologização dos problemas nacionais são “reais ameaças” à democracia. “Não podemos ficar indiferentes aos mais de 60 mil homicídios por ano; à banalização da corrupção; à impunidade; à insegurança ligada ao crescimento do crime organizado; e à ideologização dos problemas nacionais”. O trecho consta em mensagem assinada por ele e que foi lida durante evento que comemora o Dia do Exército, em Brasília.

De acordo com o general, esses são exemplos das “reais ameaças à nossa democracia e contra as quais precisamos nos unir efetivamente, para que não retardem o desenvolvimento e prejudiquem a estabilidade”. Villas Bôas pede ainda “equilíbrio, conciliação, respeito, ponderação e muito trabalho”.

No mesmo texto, ele menciona as eleições de outubro e diz que caberá à população definir “de forma livre, legítima, transparente e incontestável, a vontade nacional”. Ele diz ainda que as eleições serão o caminho para “agregar valores, engrandecer a cidadania e comprometer os governantes com as aspirações legítimas de seu povo. O Exército acredita nesse postulado”.

A fala do general ocorre quinze dias depois de ter postado uma mensagem polêmica em suas redes sociais sobre “repúdio à impunidade”.

Na véspera do julgamento, pelo STF, de um pedido de habeas corpus do ex-presidente Lula, o general escreveu em sua conta do Twitter que repudiava a impunidade e acrescentou que o Exército está “atento às suas missões institucionais”, sem detalhar o que pretendeu dizer com a expressão. A declaração gerou controvérsia ao ser interpretada por alguns como uma “pressão” à corte. Na ocasião, o Palácio do Planalto não quis comentar a fala do comandante do Exército.

O presidente Michel Temer participou da cerimônia ao lado de Villas Bôas e do ministro interino da Defesa, Joaquim Luna e Silva. O evento contou com a presença ainda dos ministros Sergio Etchegoyen (Gabinete de Segurança Instituicional), Raul Jungmann (Segurança Pública) e Gustavo Rocha (Direitos Humanos). (Folhapress)