LUTO » Gilson Machado morre aos 75 anos

Publicação: 23/04/2018 09:00

O empresário e ex-deputado federal Gilson Machado Guimarães Filho morreu na tarde de ontem. Aos 75 anos, ele fazia tratamento contra um câncer. Empreendedor com destacada atuação no setor sucroalcooleiro de Pernambuco, Gilson foi também um dos deputados participantes da Assembleia Nacional Constituinte em 1988. O ex-parlamentar, que deixa mulher e três filhas, será velado no Cemitério Morada da Paz, em Paulista, a partir das 10h de hoje. A cremação acontecerá às 19h.

Filho de Gilson Machado Guimarães e Cordélia Lopes Machado Guimarães, o empresário teve papel preponderante na liderança classista dos usineiros de Pernambuco. Formado em direito pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), foi diretor-executivo do conselho de administração da Agroindustrial Matary Ltda. e da Indústria Madeireira Ltda., ambas em Santa Luzia (MA), de 1973 a 1977. Participou da diretoria do Sindicato da Indústria do Açúcar de Pernambuco (Sindaçúcar) entre 1970 e 1973 e representou a entidade nos planos de safra do Instituto do Açúcar e do Álcool durante seis anos.

“Ele foi um empresário que teve atuação marcante no sindicato entre as décadas de 1970 e 1980. Elevou a representação do sindicato para patamares que marcaram a defesa dos empregos da cana no Nordeste e em Pernambuco. Defendeu o livre mercado, sem a presença do dirigismo econômico que havia na época”, afirmou o presidente do Sindaçúcar-PE, Renato Cunha.

Em 1981, Gilson participou da comitiva do então presidente da República, João Figueiredo, a Washington, nos Estados Unidos. Voltou a participar da comitiva presidencial ao México, a Tóquio, no Japão, e a Pequim, na China, entre 1982 e 1985. Sua atuação política começou em fevereiro de 1987, quando tomou posse como deputado federal constituinte pelo Partido da Frente Liberal (PFL). Titular de diversas comissões e subcomissões, Gilson votou a favor da pluralidade sindical. Foi contra a remuneração 50% superior para o trabalho extra, a jornada semanal de 40 horas, o turno ininterrupto de seis horas e o voto facultativo aos 16 anos.

Reeleito em 1990, foi um dos 38 parlamentares a votar contra o impeachment do presidente Fernando Collor de Melo. Ele é autor de livros como Açúcar e álcool, seus problemas e sua importância em Pernambuco (1978), Álcool — depoimento de um empresário pernambucano (1979) e Cana de açúcar em Pernambuco, em busca de novos caminhos (1982).

Homenagem
Em nota, a executiva estadual do Democratas e o deputado federal Mendonça Filho lamentaram o falecimento do empresário e expressaram solidariedade à família. O partido ressaltou a atuação parlamentar destacada durante os trabalhos da Assembleia Nacional Constituinte e a firmeza de posições na defesa das suas crenças.