MENSALãO TUCANO » Azeredo tem prisão decretada em Minas Gerais

Publicação: 23/05/2018 03:00

A 9.ª Vara Criminal de Belo Horizonte expediu ontem o mandado de prisão do ex-governador de Minas Gerais e ex-presidente nacional do PSDB Eduardo Azeredo, condenado em segunda instância a 20 anos e um mês pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro por envolvimento no escândalo que ficou conhecido como mensalão mineiro. O documento foi encaminhado no início da noite à Polícia Civil de Minas, responsável pela execução do mandado, mas o tucano não havia sido preso até a conclusão desta edição.

A prisão de Azeredo foi decretada após a decisão da 5.ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG), que rejeitou nesta terça, por unanimidade, o embargo de declaração - o último recurso cabível na segunda instância - impetrado pela defesa do ex-governador. A defesa ainda pediu que a prisão fosse decretada apenas após a publicação do acórdão da decisão. Os desembargadores, então, fizeram uma nova votação e, por 4 votos a 1, decidiram pela emissão imediata do mandado de prisão do tucano.

O advogado de Azeredo, Castellar Neto, afirmou que “a tendência” era que o tucano se entregasse ainda ontem - o que não havia ocorrido até a conclusão desta edição. A defesa aguarda ainda decisão sobre habeas corpus apresentado no Superior Tribunal de Justiça (STJ). O recurso, no entanto, não tem poder de impedir a prisão do tucano. Conforme entendimento firmado pelo Supremo Tribunal Federal em setembro passado, a prisão de um condenado pode ser decretada após esgotados todos os recursos na segunda instância - como é o caso do ex-governador.

Com isso, Eduardo Azeredo será o primeiro ex-presidente nacional do PSDB a cumprir pena de prisão. Ontem, após a decisão do TJ-MG, o ex-governador de São Paulo, atual presidente da sigla, Geraldo Alckmin, afirmou que “isso mostra que as instituições funcionam” e que “a Justiça não é azul ou vermelha”.

Antes da decisão do TJ-MG, Azeredo disse à reportagem que se sente “injustiçado” pela condenação e afirmou que irá recorrer às instâncias superiores. “Nunca cometi nenhum crime. A população de Minas Gerais conhece minha vida a fundo. Sou absolutamente inocente”, disse. “Inúmeros depoimentos que me inocentaram não foram reconhecidos (no processo). Houve extrapolação da acusação”, completou.