Os puxadores de voto na Alepe Próprios políticos e partidos avaliam quem são os nomes que vão estar encabeçando a votação em outubro por uma vaga na Assembleia Legislativa

ALINE MOURA
aline.moura@diariodepernambuco.com.br

Publicação: 23/05/2018 03:00

Em meio à crise política e à apatia da população, ainda há deputados estaduais e até nomes que ainda vão estrear na arena política que já são vistos pelos governistas e oposicionistas como puxadores de votos. Em outras palavras, são aqueles deputados e candidatos que têm muito potencial de se eleger - ultrapassando o coeficiente eleitoral - e ajudar na vitória de seus pares. Os principais nomes veteranos são: Guilherme Uchoa (PSC), atual presidente da Casa, Cleiton Collins (PP), Adalto Santos (PSB) e Priscila Krause (DEM). Já entre os deputados que estão terminando o primeiro mandato, cinco podem se enquadrar nessa categoria: Álvaro Porto (PTB), Joaquim Lira (PSD), Lucas Ramos (PSB), Nilton Mota (PSB) e Simone Santana (PSB). Quase todos são governistas, o que mostra o tamanho do desafio da oposição estadual.  

A Assembleia Legislativa teve uma renovação de aproximadamente 40% nas eleições de 2014, mas os nomes citados já são tratados como favoritos no pleito de 2018 e estão numa situação diferenciada dos que precisaram mudar de partido, entre março e abril deste ano, para sobreviver. Cleiton Collins, por exemplo, tem reduto nas igrejas evangélicas e venceu a disputa há quatro anos com uma votação capaz de se eleger deputado federal.

Guilherme Uchoa é presidente da Assembleia Legislativa desde 2007, enquanto Priscila concorreu à Prefeitura do Recife, em 2016, tendo a imagem reforçada. Adalto Santos, por sua vez, também tem apoio do voto do segmento evangélico.  

Segundo deputados falaram em reserva, apenas dois deputados da oposição integram o time de elite dos puxadores de votos: Priscila Krause e Álvaro Porto, ambos com tradição política. Priscila é filha do ex-governador Gustavo Krause e também muito afinada com o deputado federal Mendonça Filho (DEM).

Álvaro, por sua vez, é visto como um dos favoritos porque teve 44,6 mil votos na eleição passada – o seu primeiro mandato estadual -, mas conseguiu ampliar as bases para 12 municípios e receber o apoio de seis prefeitos pernambucanos. Ele é muito ligado ao senador Armando Monteiro Neto (PTB).

Apesar de toda a força do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Pernambuco, o PT não conseguiu montar uma chapa estadual forte o suficiente para ter um nome tipo arrasa-quarteirão. O mesmo acontece com o MDB, partido do presidente da República Michel Temer, que enfrenta uma disputa de poder entre o vice-governador Raul Henry e o senador Fernando Bezerra Coelho, que deixou o PSB, neste ano, com o intuito de passar a comandar a legenda na qual se filiou.

AMEAÇA
Socialistas afirmam, em reserva, que o MDB e o PT vão precisar se coligar com o PSB para que nomes como Teresa Leitão (PT), por exemplo, não sejam sacrificados, o que ela contesta. O PSB não enfrenta o mesmo problema, porque diz ter puxadores de votos e montou uma chapa com nomes para oxigenar, como o de João Suassuna, neto de Ariano Suassuna, e Gleide Ângelo, delegada da Polícia Civil.

A eleição deste ano, contudo, prevê pouco espaço para os novatos. O pleito de 2018 é mais curto – 45 dias –, o financiamento privado está proibido e os partidos vão favorecer aqueles que já estão no jogo.

Os candidatos com DNA político continuam a se destacar, com chances de despontar como votações fortes. Antônio Coelho (DEM), filho de Bezerra Coelho, Fabíola Cabral (PSB), filha de Lula Cabral, e Manoel Ferreira (PSC), pai do deputado estadual André Ferreira (PSB), são considerados puxadores de votos. Manoel vai disputar um mandato estadual no lugar do seu filho, que deve ser candidato ao Senado.

Na lista dos que estão arriscados a perder o mandato, segundo governistas e oposicionistas ouvidos pela reportagem, estão veteranos como Ricardo Costa, Vinícius Labanca e Everaldo Cabral, todos do PP, legenda que inchou a bancada na reta final de filiações e tem 14 estaduais. Ricardo foi candidato a prefeito de Olinda e não chegou ao segundo turno; Vinícius perdeu o apoio da Prefeitura de São Lourenço, seu principal reduto eleitoral, Everaldo Cabral não terá o apoio de Lula Cabral

Entre os novatos, de acordo com as mesmas fontes, correm risco outros três nomes do PP: Roberta Arraes, Dr. Valdi e Eduíno Brito, além de Paulinho Tomé (PRP), Edilson Silva (PSol) e Joel da Harpa (Podemos).