Richa é preso na Lava-Jato

Publicação: 12/09/2018 03:00

O ex-governador do Paraná e candidato ao Senado pelo PSDB Beto Richa foi preso ontem, em Curitiba. Alvo de duas operações policiais deflagradas simultaneamente - uma delas é a 53ª fase da Operação Lava-Jato -, o tucano é suspeito de envolvimento em um esquema de corrupção, lavagem de dinheiro e fraude em licitações do setor de rodovias no Estado, durante seus dois governos, entre 2011 a abril de 2018.

A defesa do ex-governador Beto Richa informou que desconhecia “a razão das ordens judiciais proferidas”. “A defesa  ainda não teve acesso à investigação.” Richa, tem 28% das intenções de voto na corrida por uma vaga no Senado, atrás apenas do candidato do MDB, o também ex-governador Roberto Requião, 43%, segundo a última pesquisa Ibope.

Os policiais vasculharam seu apartamento e arquivos do Palácio Iguaçu, a sede do governo estadual, em busca de provas para as Operações Radiopatrulha, do Ministério Público do Paraná, e Piloto, da Lava-jato. A primeira investiga desvios em contratos do programa Patrulha do Campo, do governo estadual, que promove o asfaltamento e obras em estradas rurais, e a segunda em uma parceria público privada com a Odebrecht para obra de duplicação da rodovia PR-323.

A prisão de Richa e de outras 14 pessoas foram decretadas pelo juiz da 13.ª Vara Criminal Estadual, Fernando Fischer, a pedido do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público Estadual. Ela é temporária - vale por cinco dias. Além dele, foram presos sua mulher, Fernanda Richa (ex-secretária da família), o irmão José Richa Filho, o Pepe Richa (ex-secretário de Infraestrutura do Estado), seu ex-secretário de Assuntos Estratégicos Edson Casagrande, o ex-chefe de gabinete Deonilson Roldo, o ex-chefe do Cerimonial Ezequias Moreira, seu primo Luis Abi Antoun, seis empresários e dois advogados. Entre os empresários está Joel Malucelli, suplente do senador Álvaro Dias, candidato do Podemos à Presidência. Malucelli está na Itália. Todos alegam inocência.

Questionado sobre impactos da prisão na disputa eleitoral, o coordenador do Gaeco de Curitiba, Leonir Batisti, disse que “não podemos parar nossos trabalhos por motivos dessa natureza.” (AE)