Clube de tiro comemora procura recorde

Publicação: 19/01/2019 03:00

Inaugurado há menos de um ano, o Recife Pistol Clube de Tiro e Caça, na Imbiribeira, conta com 500 sócios, dos quais 130 são mulheres. Segundo o presidente da empresa, Alan Rommel, a procura por este tipo de treinamento aumentou 20% após a eleição de Bolsonaro e a facilitação do posse. “Temos pessoas dos mais diversos ramos e as mulheres procuram bastante. Há médicas, policiais, dentistas, advogadas, promotoras, dançarinas, cabeleireiras”, diz.

De acordo com o empresário, o clube oferece vários tipos de treinamentos, que vão desde uma instrução básica a cursos mais especializados. “A instrução básica dura um dia. É como se você fosse dar uma volta num kart. Não é um curso de pilotagem. Já os cursos duram dois dias e os preços variam de R$ 80,00 a R$ 800 dependendo da quantidade de disparos, da complexidade do curso”, disse. Alan explicou que todo o treinamento é feito na companhia de um instrutor e que não há nenhum tipo de risco. “O aluno não fica só em nenhum momento. A pessoa fica dentro de uma baia que tem proteção lateral. O instrutor fica atrás dele, colado com o aluno”, detalhou. O empresário avalia que a cultura armamentista no país vem crescendo ao longo dos anos porque a população está tomando consciência de que ter uma arma de fogo para se defender não é nada de outro mundo. “Não é nada violento ter uma arma de fogo em casa para sua defesa. Até porque o Estado não é onipresente e a polícia não tem como ficar 24 horas na porta do cidadão.

A cada dia que passa as pessoas vêm adquirindo armamento para poder se defender”, justificou. Apesar de lidar diariamente com armas de fogo, a instrutora de tiros e proprietária da Loja Senhora das Armas, Priscilla Stephanie, defende que o porte não deveria ser flexibilizado para quem não é preparado. “Levo muito a sério esse negócio de arma. As pessoas acham que é fácil, mas não é. Se não tiver preparado para isso não se deve dar uma arma para as pessoas andarem na rua”, advertiu. Durante o curso, que acontece no Clube de Tiros – Associação Desportiva Hipérides Cavalcanti, em Gravatá, a instrutora faz questão de explicar aos alunos que a arma não é brinquedo. “Digo sempre que é preciso saber usar. Ela pode inclusive lhe deixar na mão. Da mesma forma que seu celular trava, a arma pode travar também. É preciso treinamento e reciclagem”, lembrou a instrutora, acrescentando que o curso com 50 tiros custa a partir R$ 400.