A fatura vem através da Previdência

JOSÉ MATHEUS SANTOS
matheus.santos@diariodepernambuco.com.br

Publicação: 25/05/2019 03:00

Em discurso na cerimônia no Instituto Ricardo Brennand, Bolsonaro condicionou a concretização de todas as ações do PRDNE à aprovação da reforma da Previdência, que tramita na Câmara dos Deputados e, segundo ele, ajudaria no impulsionamento da economia.

“Nós temos um desafio pela frente que não é meu. É também dos senhores governadores e senhores prefeitos, independentemente da questão partidária: é a questão da reforma da Previdência, sem a qual não podemos sonhar em botar em prática parte do que estamos acertando aqui neste momento”, afirmou Bolsonaro no discurso, feito de improviso, para um salão parcialmente lotado. Acompanharam o presidente quatro deputados federais: André Ferreira (PSC), Luciano Bivar (PSL), Pastor Eurico (Patriota) e Raul Henry (MDB). O presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), José Múcio Monteiro, também acompanhou a reunião.

Na sequência, em entrevista à imprensa, questionado sobre a possibilidade da saída de Paulo Guedes do ministério, caso a reforma não fosse aprovada, o presidente foi direto. “Ninguém é obrigado a continuar como ministro meu. Logicamente, ele está vendo uma catástrofe. E é verdade, concordo com ele, se nós não aprovarmos uma reforma muito próxima da que nós enviamos para o Parlamento”, disse.

Apesar do anúncio do aumento de R$ 4 bilhões no PRDNE, o presidente disse que seu governo trabalha pela região em múltiplas questões. “Eu sou apenas o maestro de uma orquestra. O ministro Marcos Pontes inaugurou há pouco um polo de pesquisa de descentralização de água em Campina Grande. Criamos o 13º salário do Bolsa Família. Só com isso poderemos ter quase R$ 2 bilhões destinados ao Nordeste. Inclusive, esse projeto não é meu, vem lá de trás, mas incluímos”, ressaltou Bolsonaro. Estiveram presentes no Recife seis integrantes da Esplanada dos Ministérios: Gustavo Canuto (Desenvolvimento Regional), Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia), Santos Cruz (Secretaria de Governo), Osmar Terra (Cidadania), Floriano Peixoto (Secretaria-Geral) e Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional).

Além das pautas dos governadores de estado, também foi reivindicada uma revisão no Pacto Federativo, pedido de prefeitos, representados pelo anfitrião Geraldo Julio (PSB). “Aqui na minha cidade, recebemos 12 mil alunos da escola particular para a pública nos últimos anos. É mais professor, mais salas, alunos e merendas. Na saúde, muitas pessoas perdendo o plano de saúde, porque são mais médicos, remédios, hospitais. Por isso, queria reforçar que o Brasil precisa muito de uma mudança no Pacto Federativo”.

PROTESTOS

Do lado de fora, dois grupos realizaram atos a favor e contra Bolsonaro nas imediações do Instituto Ricardo Brennand. A Polícia Militar fez um cordão de isolamento para evitar a possibilidade de confronto. Em um dos momentos de tensão, houve empurra-empurra entre os populares que se manifestavam, e discussões com policiais, mas, com pouco tempo, o panorama foi normalizado.