Como todos os pré-candidatos à Prefeitura do Recife em 2020, João Campos (PSB) não difere dos demais postulantes - só a partir de janeiro é que baterá o martelo sobre sua candidatura, Porém, ele já tem na cabeça o que considera três grandes desafios para o futuro prefeito do Recife: abastecimento d’água na periferia, onde há áreas que passam 15 dias com as torneiras secas; inclusão com foco nos idosos, deficientes e crianças; e mobilidade a partir de um novo conceito da cidade. Por esses três pontos até se poderia traçar um programa de governo, mas, claro, é muito cedo para isso. As armadilhas existem até mesmo para quem, como ele, tem um partido que atua como rede de proteção, além de duas máquinas públicas a seu favor, o governo do estado e a Prefeitura do Recife. Da sua eventual vitória, depende a continuidade da hegemonia do PSB no estado já beirando 16 anos. Agora, para que dê tudo certo, João Campos também tem que ter um bom desempenho na Câmara dos Deputados. E ele que quase não apareceu no primeiro semestre - “estava primeiro me situando” - está chegando ao fim do ano com um saldo positivo. Conseguiu criar a CPI do Óleo, que será instalada na próxima semana e da qual será o relator; integra a Agenda do Desenvolvimento Social, lançada pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia; e, por fim, coordena a bancada do PSB na Comissão de Constituição e Justiça que, junto com ele, soma quatro titulares. Aos 25 anos de idade, João Campos é criticado por ser jovem demais para comandar a prefeitura de uma cidade como o Recife. Faltam-lhe vivência e experiência, argumenta-se. É fato, porém é  muito interessante ver um jovem disposto a enfrentar desafios pesados, ainda que num contexto político-eleitoral privilegiado.

Daniel e Mendonça
No grupo de oposição no Recife ninguém adianta escolhas ou estratégias em relação ao candidato a prefeito. Mas pelo encaminhamento das pesquisas - todos os partidos estão fazendo levantamentos para consumo interno - Daniel Coelho (Cidadania) e Mendonça Filho (DEM)  são os melhores posicionados.

Unidade  
Entre os oposicionistas, o deputado federal Sílvio Costa Filho (foto), do Republicanos, também pré-candidato à Prefeitura do Recife, era o único que defendia múltiplas candidaturas, mas já assimilou a tese do palanque único para enfrentar o candidato governista. O deputado federal André Ferreira (PSC) também está na lista dos possíveis candidatos no Recife.

Sossega leão
O presidente Bolsonaro já foi aconselhado a não ficar muito obsessivo pelas eleições municipais. Pode ser uma faca de dois gumes.

Ser ou não ser
Não é só o PT estadual que se divide em relação a ter candidato próprio para enfrentar o PSB  na disputa pela Prefeitura do Recife. O conflito dentro do MDB também é grande. A resistência do deputado federal Raul Henry em entregar o MDB ao palanque do PSB é semelhante à da deputada federal Marília Arraes em aceitar o PT apoiando o candidato socialista.

Aviso
Advertência de quem anda por perto: “Se Lula tomar o rumo do confronto, ele terá sérias dificuldades. Melhor é ressuscitar o “Lula paz e amor .”

Acordo  
Os partidos de oposição na Assembleia Legislativa vão se reunir no início de dezembro para conversar sobre a questão da liderança na Casa. Por acordo com o DEM, no início do ano, o deputado Marco Aurélio (PRTB) assumiu a liderança da oposição e, em 2020, o posto seria passado para a deputada Priscila Krause (DEM). Até o momento, o acordo está mantido.