DIARIO POLíTICO » Acertos e erros

por Marisa Gibson
marisa.gibson@diariodepernambuco.com.br

Publicação: 31/07/2020 03:00

A fotografia do Recife hoje reflete os 20 anos de administrações do PT e do PSB na prefeitura.  São 12 anos das gestões petistas de João Paulo e João da Costa e mais oito do socialista Geraldo Julio, que encerra o segundo mandato dentro de cinco meses. Há acertos e erros mas são as falhas e as omissões que ganham dimensão porque incomodam a população. E, como candidato do PSB a prefeito da cidade, caberá ao deputado federal João Campos carregar esse fardo e defender o que foi feito nessas duas décadas quando os dois partidos atuaram como sócios majoritários no comando da prefeitura.

Em entrevista com a Rádio Clube AM/Diario de Pernambuco, João  tratou dos problemas  do Recife de uma forma teórica como se estivesse falando das deficiências de qualquer cidade sem aterrissar aqui. É claro, que ele registrou visitas feitas a áreas periféricas, salientando a importância do olhar, do abraço e do aperto de mão – marca registrada do ex-governador Eduardo Campos, seu pai, falecido em 2014. Agora, ao assinalar os acertos de Geraldo, citou quatro obras consideradas por ele importantes  - Hospital da Mulher, requalificação da Conde da Boa Vista, Compaz e calçadas -  mas não bateu na tecla da continuidade administrativa. Pode ser que queira fazer algo bem diferente.

Indagado sobre as investigações da Polícia Federal a respeito de possíveis irregularidades em ações da Prefeitura no combate ao coronavírus, João repetiu a defesa que vem sendo feita pelo partido: numa situação de guerra como a da pandemia, a prefeitura se superou e se houve irregularidades não foi por dolo nem má fé. É como se os fins justificassem os meios e questionou as cobranças feitas pelos adversários: “por que Bolsonaro não veio construir um hospital de campanha aqui?”

Unidos pelas creches
Adversários e com idéias absolutamente opostas, os pré-candidatos à Prefeitura do Recife o deputado federal João Campos (PSB) e o deputado estadual Alberto Feitosa (PSC) têm um ponto em comum. Os dois colocam o déficit de creches como um dos pontos prioritários de suas gestões, caso sejam eleitos. A diferença é que Feitosa critica a gestão de Geraldo Julio enquanto João Campos não situa o problema na administração socialista.

Riscos
Operações da Polícia Federal são sempre um risco. Mas a Coffe Break que chegou à Assembleia Legislativa para investigar dispensas em licitações trouxe também um alívio: nenhum gabinete de deputados foi alvo de buscas. Em tempos de campanha para eleição do novo presidente da Casa e renovação dos cargos da  Mesa Diretora  todo o cuidado é pouco.

Manobra
O PDT não é um partido fácil e muito menos para um cristão novo como o deputado federal Tulio Gadelha. O lançamento  da pré-candidatura de Isabella de Roldão  à Prefeitura do Recife para bater chapa com Gadelha mostra bem o grau de complicação. O PDT ainda mantém a intenção de apoiar o candidato do PSB, João Campos e até as convenções  é possível que nem Gadelha nem Isabella sejam oficializados candidatos.  

Desistência antecipada
Ao falar sobre sua pré-candidatura Isabella de Roldão explicou que, como ex-vereadora e ex-secretária municipal de Habitação, seu nome já vinha sendo colocado como candidata natura. Além disso, como Tulio Gadelha havia dito em março que não seria candidato, caso algumas condições impostas por ele não fossem atendidas pelo partido, ficou subentendido que ele já havia desistido.   

Ela avisou
No dia 20 deste mês, em entrevista à Radio Clube AM/Diario de Pernambuco, a delegada Patrícia Domingos (Podemos), pré-candidata à Prefeitura do Recife, disse que aceitava a tese da candidatura única defendida pelo grupo de oposição, mas ponderou que dois palanques seria uma boa estratégia – quase um aviso como registrou a coluna.  Não deu outra. Terça-feira, o Podemos fará  o lançamento da pré-candidatura da delegada.

PT e PP
O deputado federal Fernando Monteiro (PP) participou ao lado do prefeito Luciano Duque (PT) da inauguração do Shopping Serra Talhada, realizada de forma restrita para evitar aglomerações. O empreendimento deve movimentar R$ 40 milhões por ano e gerar mais de mil empregos.