O tesoureiro e ex-presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Oscar Barreto comunicou, na última segunda-feira, à presidente do partido, Gleisi Hoffmann, por meio de nota, o seu afastamento do cargo que exercia na Executiva Nacional. Contudo, Barreto permanece no cargo que ocupa na sigla no estado. “Fiz uma carta/nota falando para Gleisi que eu sai da direção nacional, sim. Mas permaneço no cargo que exerço no PT estadual”, destacou em entrevista ao Diario de Pernambuco.

“O obscurantismo não está só na direita não, está na esquerda também. Ela (Marília) fez isso porque perdeu e não sabe perder”, afirmou. Ele se referia a um suposto pedido de expulsão de Oscar do PT que alguém ligado a Marília Arraes teria feito à executiva nacional do partido.

“Um grupo restrito do partido, ligado diretamente à campanha perdedora (Marília) solicitou a minha expulsão do partido”, disse, antes de negar a possibilidade de deixar o partido.

A acusação evidencia o racha no partido em Pernambuco. No segundo turno, Oscar deixou a gestão Geraldo Julio para se juntar à campanha da correligionária, que na época foi alvo de duras críticas. O dissidente, em entrevista ao Diario, havia ressaltado que ia “exigir que a candidata (Marília Arraes) adote uma postura e conduta petistas”. Além dele, outros aliados do partido haviam sinalizado críticas pela falta de símbolos que representavam o partido, a exemplo do senador Humberto Costa.
 
A nota
Por quatro décadas milito no PT. Nunca vi tempos tão obscuros no partido. Uma inversão de valores. Não quero trazer com minhas opiniões qualquer tipo de prejuízo à chapa nacional da qual participo e muito menos à democracia socialista. Gostaria de informar que estou me afastando da chapa e do agrupamento para que possa ter minhas opiniões como sempre tive e responder por elas.