EDMAR LYRA » Crise irreversível

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Publicação: 19/04/2024 03:00

Durante o período em que foi presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha não contribuiu apenas para o impeachment da então presidente Dilma Rousseff, sendo figura determinante para fim da era petista no governo federal. Ele colocou em prática as chamadas pautas-bomba, e uma delas foi a adoção do orçamento impositivo.

Esse mecanismo obriga o poder executivo a executar as emendas parlamentares sob pena de ferir a LRF e consequentemente praticar crime de responsabilidade. Isso equiparou os poderes em Brasília trazendo um protagonismo para o legislativo muito forte, pois apesar de todos terem a sua importância, o legislativo acabava ficando em segundo plano na relação com o executivo e o judiciário.

Quando presidente da República e presidente da Câmara dos Deputados comungam da mesma direção política, a relação acaba sendo tranquila, mas quando há divergências de ordem política ou pessoal, o Planalto fica emparedado. É basicamente o que está acontecendo neste momento. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, goza da plena confiança da maioria dos seus pares, uma vez que seu fortalecimento acaba fortalecendo a instituição e consequentemente os parlamentares.

O Planalto, por sua vez, vivendo talvez seu pior momento desde que assumiu em janeiro de 2023, quer minar Lira com o objetivo de ter um presidente da Câmara alinhado politicamente com seus interesses. A guerra está declarada, onde Lula quer inviabilizar Lira e o presidente da Câmara, por sua vez, ameaça com autorização de CPIs para desestabilizar ainda mais o governo.  Tudo indica que o clima só irá piorar até o final do ano e início de 2025, quando será deflagrada a sucessão de Lira na Câmara dos Deputados.
 
Copacabana
O ex-presidente Jair Bolsonaro comandará mais um ato em defesa do seu legado político neste domingo. As ruas de Copacabana prometem receber uma multidão de apoiadores do ex-presidente para demonstrar a sua força política. Bolsonaro está inelegível pelo TSE e tenta manter seu capital político para transferir ao seu escolhido em 2026.

Desenvoltura
O secretário de governo, Aldemar Santos, mais conhecido como Dema, tem sido fundamental na construção da exitosa gestão do prefeito João Campos e consequentemente do projeto de reeleição, cujo favoritismo é perceptível a todos da política e fora dela. Indiscutivelmente, sua ida para a gestão foi um gol de placa do prefeito João Campos, que agora colhe os louros da acertada decisão.

Vereador
O ex-deputado estadual André Campos, que voltou ao PT, será mesmo candidato a vereador do Recife nas eleições deste ano. Ele, que já ocupou o cargo, tentará voltar à Casa José Mariano e tem recebido importantes sinalizações de apoio para lograr êxito na empreitada.