Senado amplia isenção do Imposto de Renda Senadores aprovaram o PL que eleva a taxa de isenção para o pagamento do IR em até dois salários mínimos. Projeto segue para a sanção do presidente Lula

Publicação: 18/04/2024 03:00

O Projeto de Lei (81/2024) que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda (IRPF) para quem ganha até R$ 2.824 por mês foi aprovado, ontem, pelo plenário do Senado. O valor equivale a dois salários mínimos. O texto base foi aprovado em votação simbólica, ou seja, sem o registro formal dos votos e todas as emendas apresentadas foram rejeitadas. A matéria segue agora para a sanção do presidente Lula (PT).

O relator da matéria, o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), incorporou em seu parecer o conteúdo da medida provisória (MP) sobre o mesmo tema (1.206/2024) publicada pelo presidente Lula em fevereiro. Com a aprovação do texto, de autoria do líder governista na Câmara, José Guimarães (PT-CE), a MP foi revogada.

Segundo Randolfe, o texto aprovado “veicula uma medida focalizada que beneficia sobretudo os mais carentes, fazendo parte do esforço do governo do presidente Lula na recuperação do poder aquisitivo do salário mínimo”.

O senador Carlos Viana (Podemos-MG) teve sua emenda, que sugeria ampliar a faixa de isenção para três salários mínimos, rejeitada. O parlamentar argumentou que para beneficiar aqueles que ganham até R$ 4.236, os recursos poderiam ser remanejados do Fundo do Simples Nacional. “O Fundo do Simples Nacional tem previsão de R$ 125 bilhões no Orçamento, dos quais, em média, só se usam 23%, ou seja, nós não usamos R$ 30 bilhões do fundo. O restante fica no governo, para que o governo possa fazer contingenciamento nas contas públicas. O impacto pode ser tirado daqui com tranquilidade. Por quê? Porque, ao fazermos com que quem ganha até três salários mínimos tenha isenção, nós vamos injetar esse dinheiro diretamente no desenvolvimento do Brasil”, argumentou.

O líder no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), afirmou que a Lei de Responsabilidade Fiscal demanda que “se você aponta para uma renúncia fiscal ou para uma despesa, você tem que apontar fonte nova para a sustentação e não a do fundo”. “Nós já temos seis anos sem correção de nada na tabela do Imposto de Renda. Se ela viesse sendo corrigida ano a ano, seguramente a gente já estaria em outra situação.

O reajuste da tabela deve beneficiar mais de 15 milhões de brasileiro e gerar um impacto orçamentário calculado em R$ 3,03 bilhões em 2024; R$ 3,53 bilhões em 2025; e R$ 3,77 bilhões em 2026. De acordo com o Ministério da Fazenda, essa redução na arrecadação está dentro das Diretrizes Orçamentárias e da Responsabilidade Fiscal. (Correio Braziliense)