Unidos por cotas ainda melhores Náutico, Santa e Sport começam a atuar juntos na negociação com as TV's para melhorar as verbas recebidas pelos direitos de transmissão dos jogos

Brenno Costa e Cassio Zirpoli
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Publicação: 22/02/2017 03:00


Principal fonte de renda dos clubes brasileiros, o mercado dos direitos de transmissão está aquecido. Em Pernambuco, Náutico, Santa Cruz e Sport decidiram pleitear um aumento dos valores. Os clubes apresentaram a mesma oferta para a Rede Globo e Esporte Interativo e aguardam uma resposta das empresas. Caso não cheguem a um acordo, não descartam criar uma via independente para transmitir seus jogos no Estadual - em um esquema semelhante ao feito por Atlético-PR e Coritiba. No Brasileiro da Série B, por sua vez, houve uma mudança no critério de distribuição.

A movimentação para alterar os valores do Estadual foi confirmada pelo vice-presidente coral, Constantino Júnior, por meio da diretoria de comunicação do Santa Cruz. A abertura do leque nas tratativas se deu logo após o Esporte Interativo, que já detém os direitos de transmissão da Copa do Nordeste na TV fechada, ter procurado os três grandes do Recife para negociar os direitos de transmissão do Pernambucano de 2019 a 2022. A Rede Globo possui os direitos até o próximo ano.

Atualmente, o Pernambucano tem uma cota televisiva de R$ 3,84 milhões por ano. Quantia inferior a outros torneios regionais do Brasil. Mais valorizado, o Paulistão recebe R$ 160 milhões. O Carioca arrecada R$ 120 milhões. O Mineiro (R$ 36 milhões), Gaúcho (R$ 33,8 milhões) e Catarinense (R$ 4,7 milhões) também têm mais verba da TV do que o Pernambucano. O mesmo acontece com o Campeonato Paranaense, que tem um contrato de R$ 4 milhões mesmo com Coritiba e Atlético-PR fora desse acordo.

Aliás, a disparidade nos valores fez com que a dupla paranaense recusasse o acordo com a Globo e criasse uma transmissão alternativa para o clássico entre os times no último domingo. Fato que não se concretizou por uma polêmica decisão da federação local, que acabou remarcando o confronto para a próxima quarta-feira. A postura das equipes, contudo, não é o principal espelho para os clubes pernambucanas segundo o presidente do Sport, Arnaldo Barros.

“Essa insatisfação e as ponderações não foram desencadeadas a pelo evento do último domingo. No domingo, claro, houve uma situação que extrapolou, mas isso (questão das cotas) já vem sendo tratado e conversado há muito tempo. Domingo houve um evento que teve uma repercussão midiática, mas não quer dizer que isso tenha influenciado Sport, Náutico e Santa Cruz. Estamos tratando dessa questão há muito tempo, estamos dialogando, conversando, mas ainda não temos a solução”, disse.

Novos valores
As cotas, antes igualitárias entre todos aqueles sem contrato fixo com a Globo (caso de Inter e Goiás nesta temporada), passam a ser calculadas de acordo com a classificação na campanha anterior no Brasileiro.

Cotas da Série B de 2017
  • R$ 60 mi    Internacional
  • R$ 35 mi    Goiás
  • R$ 6,4 mi   Figueirense
  • R$ 6,2 mi   Santa Cruz
  • R$ 6,0 mi   América-MG
  • R$ 5,8 mi   Náutico
  • R$ 5,6 mi   Londrina
  • R$ 5,4 mi   CRB
  • R$ 5,2 mi   Criciúma, Luverdense, Ceará, Brasil, Vila Nova, Paysandu, Paraná e Oeste
  • R$ 4,1 mi   Boa, Guarani, ABC e Juventude

Cotas dos estaduais em 2017
Valor total, a ser dividido pelos clubes
  • Paulista    R$ 160 mi
  • Carioca    R$ 120 mi
  • Mineiro    R$ 36 mi
  • Gaúcho    R$ 33,8 mi
  • Catarinense    R$ 4,777 mi
  • Paranaense    R$ 4 mi
  • Pernambucano    R$ 3,84 mi
  • Baiano    R$ 2,717 mi
  • Paraense    R$ 2,702 mi
  • Cearense    R$ 2,56 mi
  • Goiano    R$ 2,2 mi