O cenário ideal

Os cenários indiretos estão definidos. A classificação do Flamengo para a final da Sul-americana cria o cenário matemático ideal para os interesses do Sport na última rodada do Campeonato Brasileiro. Isto porque com a possibilidade de G9 ainda aberta (dependerá, claro, da decisão contra o Independiente/ARG), a Chapecoense passa a depender de uma vitória sobre o Coritiba para, na pior das hipóteses, terminar na 9ª posição e esperar o desfecho da Sul-americana. Quanto ao Flamengo, nada muda matematicamente. É um cenário 8 ou 80. O clube rubro-negro precisa vencer o Vitória em Salvador para garantir seu lugar já na fase de grupos da Libertadores - “pulando” dois confrontos eliminatórios. Em caso de derrota, entretanto, correrá um risco enorme de sequer conseguir uma vaga no G8. Pior que isso, ao que tudo indica, perderia seu lugar para os rivais Vasco (fase de grupos) e Botafogo (pré-Libertadores). 

O que esperar do Flamengo

Caso perca para o Vitória, restaria ao Flamengo o “all in” contra o Independiente - cuja série final se inicia quarta-feira em Buenos Aires. Por isso que escrevi “nada muda matematicamente”. Na prática, é inevitável que o fato de existir um “plano B” tenha alguma interferência no comportamento (e talvez até na escalação) em Salvador. Por mais decisiva que seja a partida, três dias depois haverá uma decisão continental. Seria arriscado, mas compreensível, se o técnico Rueda decidir poupar jogadores com maior desgaste físico. De toda forma, o clube se organizou da melhor forma possível e fretou um voo direto de Barranquilla para a Bahia - saindo logo após o jogo de ontem. Menos de sete horas de viagem. Em compensação, se há um dano físico, moralmente o elenco se reergueu. 

Pressão e desfalques

Flamengo e Coritiba entram em cena extremamente motivados diante de Vitória e Coritiba desfalcados de peças importantes e pressionados a vencer adversários mais fortes. O rubro-negro baiano não terá seu principal jogador no 2º turno: O artilheiro colombiano Trellez - que levou o terceiro amarelo na comemoração do gol da virada sobre a Ponte Preta em Campinas. Além dele, o zagueiro Wallace e o lateral-esquerdo Geferson também estão suspensos. E o atacante David, importantíssimo para a construção ofensiva da equipe de Mancini, ainda não se recuperou da lesão muscular sofrida no último domingo e é dúvida. No Coxa, a maior ausência é a do zagueiro Werley. Líder do time e peça fundamental nas jogadas ofensivas aéreas. Maior arma do time de Marcelo Oliveira, a partir das bolas paradas do lateral-esquerdo Carleto. O meia Yan Sasse também está suspenso e o volante Alan Santos é dúvida. Em compensação, o atacante Kleber, fora dos dois últimos jogos, está recuperado e confirmado. 

O melhor possível

O cenário estabelecido é o melhor possível dentro da realidade sufocante de um time que não depende do próprio resultado. E de alguma forma isso pode interferir na atuação do Sport sobre um desmontado Corinthians.Não por acaso, este texto começa pelos outros jogos diretamente relacionados. A chance do Leão permanecer na Série A só existe se Coritiba e/ou Vitória não vencerem. Ter a confiança de que existem motivos suficientes para acreditar que a brecha da permanência existirá, permite aos jogadores rubro-negros manterem a concentração no próprio jogo. O técnico Daniel Paulista já confirmou que o time será o mesmo das três partidas anteriores. A repetição é correta. Do outro lado, Carille esboçou no treino de ontem um Corinthians repleto de reservas e com três garotos da base. De titulares, apenas o goleiro Cassio, o zagueiro Balbuena e o atacante Romero. Nem Jô, que disputa a artilharia com Henrique Dourado, deve vir. Não há dúvida que será uma versão inferior tecnicamente do campeão brasileiro. Mas é preciso atenção para não virar uma armadilha.