COPA DO MUNDO » Fifa comemora o uso do VAR

Publicação: 19/07/2018 03:00

Três dias depois de a Copa do Mundo ser encerrada com a vitória da França sobre a Croácia, por 4 a 2, no último domingo, em Moscou, a Fifa resolveu se pronunciar oficialmente para trazer a sua análise sobre a atuação dos árbitros na competição e também para falar da implantação da arbitragem de vídeo (VAR, na sigla em inglês) nas partidas.

Por meio de comunicado divulgado em seu site ontem, a entidade máxima de futebol ressaltou que ficou “extremamente satisfeita” com o desempenho dos juízes e qualificou o uso inédito deste recurso tecnológico em um Mundial para auxiliar os homens do apito como um “grande sucesso”, apesar dos episódios polêmicos que a utilização do próprio VAR ou até mesmo a recusa dos árbitros em recorrer aos seus assistentes de vídeo acabaram provocando em alguns jogos do torneio realizado na Rússia.

“Nós dissemos que queríamos que esta fosse a melhor Copa do Mundo da história e esta foi a melhor Copa do Mundo de todos os tempos. Um papel crucial nesta conquista foi desempenhado pelos árbitros com performances do mais alto nível”, afirmou o presidente da Fifa, Gianni Infantino.

Para completar, o órgão fez questão de enfatizar que ficou "extremamente feliz com a aceitação esmagadora do VAR por jogadores, técnicos, torcedores e a mídia”. Qualificada como “histórica” e “revolucionária” pela Fifa, a implementação deste recurso também foi exaltada pelo ex-jogador croata Zvonimir Boban, secretário-adjunto geral de futebol da entidade, que supervisionou todo este projeto da arbitragem de vídeo.

“Como já disse o presidente da Fifa, o VAR não está mudando o futebol, mas está limpando o futebol”, afirmou Boban, ex-meio-campista que foi o camisa 10 da Croácia na campanha que levou o país ao terceiro lugar na Copa de 1998, na França.

Final
A interferência da arbitragem de vídeo teve importância fundamental para a França na final contra a Croácia, quando um pênalti foi assinalado por Nestor Pitana quando o confronto estava empatado por 1 a 1. O juiz apontou a penalidade após ouvir as recomendações dos seus assistentes de vídeo depois de não conseguir flagrar um toque da bola no braço de Perisic quando o croata tentou cortar uma cobrança de escanteio.
 
Mudança está longe de ser real no Brasil
 
O suíço Gianni Infantino acertou ao afirmar que o árbitro de vídeo (VAR, na sigla em inglês) ganhou a confiança do torcedor na Copa do Mundo da Rússia. O presidente da Fifa referia-se à utilização da imagem em momentos duvidosos dos jogos. No Brasil, o VAR é quase uma realidade. Recentemente, durante jogo da Série B, um atleta do Paysandu pediu ao juiz de campo que revisse lance polêmico fazendo o gestual com os dedos que indica a utilização do monitor de TV. Porém, ainda vai levar mais tempo até que o recurso se torne rotina nos torneios da CBF.

O protagonista da Copa do Mundo da Rússia, que ainda divide opiniões entre quem o considera a solução para eventuais injustiças no campo e quem prefere o jogo à moda antiga, ganhará a sua primeira utilização mais efetiva no país a partir das quartas de final da Copa do Brasil, no dia 1.º de agosto. Até a decisão, serão 14 partidas equipadas com a estrutura do árbitro de vídeo.

Trata-se, no entanto, de uma exceção. Problemas de logística e custos inibem a aplicação em larga escala pelos campeonatos mais importantes do país. No Brasileirão, por exemplo, os clubes votaram contra, em fevereiro, justamente porque não queriam arcar com a despesa estimada - R$ 20 milhões nos 380 jogos da Série A. No caso da Copa do Brasil, a conta ficará com a CBF, que contratou uma empresa por meio de edital e bancará aproximadamente R$ 50 mil por partida. Pensar na utilização do árbitro de vídeo em todas as partidas dos Estaduais ou mesmo do principal campeonato nacional, então, beira a utopia.