A 'fogueira' do jovem Vanderlei Luxemburgo

Publicação: 30/05/2020 03:00

O Diario ouviu personagens importantes daquela partida. Entre eles, o tal ‘camisa oito que corria muito’. Fernando Santana guarda ativamente na memória, entre tantos gols anotados, a importância daquela data para o Santa Cruz. “Foi um jogo memorável para a gente, porque o Flamengo vinha com aquelas estrelas todas, mas a nossa equipe era muito bem formada, veio do juvenil. Tinha eu, Luciano (Veloso), Ramón, Givanildo... Dava à gente uma certa tranquilidade quando jogava contra o pessoal do Sul e do Sudeste”, resgata.

Fernando lamenta ainda a falta cobrada, que quase representou o primeiro gol do novo estádio. “Lembro que o juiz achava que a bola seria gol. Foi uma das poucas oportunidades que tivemos. Como eu era um artilheiro danado, e fazer gol no Flamengo dava uma pujança forte para renovar contrato com o clube, queria muito fazer aquele gol. Era um dos jogadores baluarte da equipe, e dividia muito a artilharia com Luciano e Ramón.”

Por sua vez, ainda novato no time à época, de acordo com registros do portal ‘Fla Estatística’, Vanderlei Luxemburgo fazia apenas a sua segunda partida como atleta profissional pelo Flamengo, sendo a primeira contra uma equipe de fato, uma vez que havia duelado apenas contra a seleção de Três Rios-RJ. Ao Diario de Pernambuco, o hoje treinador do Palmeiras confirmou ser a inauguração do Arruda um dos seus primeiros jogos da carreira.

“Era um Santa Cruz muito difícil e forte de enfrentar. Dava um trabalho danado. Tanto que o Givanildo foi campeão no Corinthians. O Luciano (Veloso) jogava muito. Tinha o Ramon e o Fumanchu (na mesma década), que depois foram para o Vasco”, apontou, antes de recordar. “Lembro do campo lotado. Cheio. Lembro bem desse jogo.”

A missão do jovem Vanderlei não era nada fácil. Parar o ‘afoito’ Fernando Santana foi uma verdadeira fogueira para o jovem lateral. “Ele não era o titular. Era o Rodrigues Neto. Eu era um grande driblador e levava a bola pra cima de qualquer pessoa. Quando você sai com a bola pra cima da defesa e ela começa a recuar, é porque está respeitando você. E quando via a cara de menino, levava pra cima para isso mesmo”.