Jogo de empurra-empurra Após cenas lamentáveis em Brasil x Argentina, na última terça-feira (21), autoridades e entidades divergem sobre de quem são os culpados pela pancadaria no Maracanã

Publicação: 23/11/2023 03:00

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e as autoridades responsáveis pela segurança do superclássico entre Brasil e Argentina foram acusadas de permitirem uma “tragédia anunciada” nas arquibancadas do Maracanã, no Rio de Janeir, antes do jogo disputado na terça. Na véspera da partida, que terminou com vitória da ‘Albiceleste’ por 1 a 0, a Associação Nacional de Torcidas Organizadas (Anatorg) havia alertado que, caso não fosse definido um setor visitante, as torcidas do Brasil e da Argentina estariam “no mesmo espaço da arquibancada”.

Após os graves confrontos, a Anatorg culpou a CBF e as autoridades pela “tragédia anunciada” e seu “descaso”, em nota publicada nas redes sociais. A CBF justificou, por sua vez, que a torcida mista não é “um modelo inventado ou imposto” pela entidade, mas sim responde a “um padrão nas competições organizadas pela Fifa e pela Conmebol” implementado em outras ocasiões, como na semifinal da Copa América de 2019, destacou em um comunicado divulgado ontem também.

O presidente da Fifa, Gianni Infantino, repudiou a violência “inaceitável” no futebol: “Sem exceção, todos os jogadores, torcedores, funcionários e dirigentes precisam estar seguros e protegidos”, escreveu no Instagram, e pediu esta garantia “às autoridades competentes”.

A CBF destacou que os planos de ação e segurança, que incluíam torcidas mistas, “foram aprovados sem ressalvas ou recomendações” pela polícia, poder público, empresa concessionária do estádio e demais participantes de diversas reuniões organizacionais.

No entanto, a Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ) garantiu em nota enviada à reportagem que “só foi informada sobre os critérios de venda de ingressos (...) sem divisão de torcedores em uma reunião realizada em 16 de novembro, dois dias depois do início da venda dos ingressos”, quando já estavam esgotados, explicou. A segurança nas arquibancadas “ficou a cargo de empresa especializada contratada pela CBF”, diz o comunicado em que a PMERJ afirma ter “cumprido rigorosamente sua missão, nos termos da legislação vigente”. (AFP)