Na Avenida Conselheiro Portela, Zona Norte, encontramos o ciclista Manassés Nery, 37 anos, pedalando ao lado de uma faixa inteira ocupada de carros estacionados. Mudar a lógica da ocupação dos espaços públicos melhora não apenas o tráfego dos veículos motorizados, mas pode significar mais espaço para pedestres e ciclistas. “É possível usar melhor esse espaço ocupado pelo carro. Seja alargando a área do passeio, implantando ciclovias ou melhorando a capacidade de tráfego”, revelou Germano Travassos.

Eliminar estacionamento não é uma tarefa fácil. Segundo o professor Maurício Pina, uma experiência na década de 1980 acabou não dando certo por causa da pressão dos “motorizados”. O professor lembra que duas áreas de estacionamentos foram destinadas para os carros distante do centro da cidade. Uma embaixo do Viaduto Joana Bezerra e outro no Torreão, próximo ao Unicordis.

Naquela época o Recife tinha uma média de 150 carros para cada 100 mil habitantes. Hoje são 400 carros para cada 100 mil. “Já havia uma preocupação de restrição ao automóvel no centro naquela época. E hoje a situação é muito pior”, conclui Maurício Pina.