Diario Urbano

Luce Pereira
luce.pereira@diariodepernambuco.com.br

Publicação: 02/07/2013 03:00

A hora da balança
Uma frase que não falta em entrevistas, pronunciamentos e discursos de Geraldo Julio é “estou muito feliz”. E ela continua em alta no repertório do prefeito, que ontem teve a agenda tomada por idas a veículos de comunicação com o objetivo de “colocar na balança” os seus seis meses de governo. Se por um lado o tempo é curto para apresentar resultados palpáveis, por outro o “estou muito feliz” não consegue ser razoalmente entendido pela população, de vez que os mesmos graves problemas deixados pelo antecessor insistem em fazer do Recife uma cidade sem sintonia com o futuro. Exceto pela ideia da ciclofaixa móvel, que já se esgotou e não progride para outras formas de atendimento aos ciclistas, tudo o mais segue no reino das intenções. Basta uma breve passeada pelas críticas à prefeitura, feitas à coluna, sobre as condições ruins de atendimento, a deficiência na entrega de remédios e a precária infraestrutura dos postos de saúde; a falta de licitações na área da Educação; as obras de mobilidade urbana, que parecem não sair da estaca zero; a dramática qualidade de asfalto e calçadas; as pernas amarradas do pessoal de fiscalização urbana e de trânsito; a lamentável desorganização do comércio informal, só para citar alguns dos grandes calos no sapato da população. Até agora, para a euforia com que o projeto político do prefeito foi oferecido à população, andou-se muito pouco, num ritmo de quelônio, o que, de certa maneira, acaba frustrando expectativas. Na verdade, daqui para a frente as cobranças devem crescer e no clima de berreiro reinante nas ruas, que tende a se consolidar como “modus operandi” do povo, hoje visivelmente insatisfeito com discurso de mais e ação de menos. Ver se repetir vexames como o da Copa das Confederações, que encontrou a cidade com estrutura para sediar campeonato de pelada de campo de várzea, dificilmente serão suportados com a mesma paciência. De repente, os tempos são outros.

O polígono
Para não dizer que não falei das flores, ontem o prefeito Geraldo Julio anunciou “o maior investimento da história do Recife em calçadas”, R$ 20 milhões destinados a melhorar 140 quilômetros de pura tragédia urbana. Ao se referir a uma das áreas beneficiadas, o pessoal da PCR usou a expressão “Polígono do Carmo”. Hein?

 (ANNACLARICE ALMEIDA/DP/D.A PRESS)

Nada moderno
Nos protestos de ontem, na PE-60, policiais civis apelaram para um balde de água,  a fim de apagar o fogo que obstruía a pista. Não funcionando, tentaram resolver o problema jogando lama. Que coisa.

Quem paga a conta
Não há renovação nos comandos e na forma de negociar dos sindicatos envolvidos nas greves de ônibus. E o resultado é sempre um desastre para a população, que na noite de ontem lotava as paradas, debaixo de chuva.

O que destoa
A fama de ótimo e belo que distingue o Aeroporto dos Guararapes dos demais, no país, continua a não se refletir nos banheiros, que são poucos e mal cuidados. Portas e piso com aspecto sofrível, dispenser de sabonete líquido clamando por modernidade.