Santuário para a vida marinha
Primeira unidade dedicada a proteger o ecossistema do oceano no estado foi aprovada pelo Conselho Estadual de Meio Ambiente
Publicação: 15/12/2017 03:00
O Conselho Estadual de Meio Ambiente (Consema) aprovou ontem a proposta de criação da primeira unidade de conservação estadual exclusivamente marinha em Pernambuco. A Área de Proteção Ambiental (APA) Recifes Serambi beneficia a faixa costeira dos municípios de Ipojuca, Sirinhaém, Rio Formoso e Tamandaré, no Litoral Sul. Após o sinal verde do órgão, o governador Paulo Câmara assinará um decreto nos próximos dias para ser publicado no Diario Oficial do estado tornando a área legalmente protegida.
De acordo com o levantamento sobre biodiversidade na região, os ambientes marinhos e costeiros abrigam mais de 1,8 mil espécies de fauna e flora, entre elas o capim-agulha, habitat do peixe-boi marinho, espécie ameaçada de extinção. A nova unidade é de uso sustentável. Segundo o secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade e presidente do Consema, Sérgio Xavier, as atividades de pesca artesanal e passeios com uso de embarcações vão continuar ocorrendo, porém obedecendo a um ordenamento a ser definido em um plano de manejo.
“Foi mais de um ano de discussões, reuniões com os diversos setores da sociedade, e audiências públicas para se chegar a um modelo de conservação. É uma área sensível, que já sofre com os efeitos do aquecimento global e precisa de uma proteção legal do estado para garantir a sustentabilidade da área”, explicou Sérgio Xavier.
Ainda de acordo com o secretário de Meio Ambiente, a APA marinha é uma oportunidade para implantação de políticas públicas de desenvolvimento sustentável. “Todos os segmentos precisam ser ouvidos na criação do plano de manejo: pescadores da região, empreendedores, sociedade de uma maneira geral e a academia”, ressaltou.
Outra preocupação é garantir a conectividade com os diversos ambientes marinhos e costeiros para a conservação das espécies e a recuperação dos estoques pesqueiros da região. De acordo com o oceanógrafo do laboratório da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), João Marcello Camargo, que fez uma pesquisa no trecho que compreende as bacias dos rios Una e Sirinhaém, verificou-se a existência de três canais submersos (ou paleocanais) espécies de rios subterrâneos formados na Pré-história, que existem há mais de 20 mil anos e podem chegar a 40 metros de profundidade.
“É justamente nas bordas dos canais onde atua a maioria dos pescadores da região”, apontou o pesquisador. Segundo ele, a APA marinha irá permitir o zoneamento da área para definir suas utilizações. “Com o zoneamento, nós conseguiremos a conservação dos recursos pesqueiros e da biodiversidade”, revelou o oceanógrafo.
Guadalupe
O Consema também aprovou ontem o plano de manejo da Área de Proteção Ambiental (Apa) de Guadalupe criada em 1997. A unidade de conservação está localizada no Litoral Sul e possui 44,7 mil hectares, entre áreas marinha e continental, e também abrange os estados de Pernambuco e Alagoas.
Entenda
De acordo com o levantamento sobre biodiversidade na região, os ambientes marinhos e costeiros abrigam mais de 1,8 mil espécies de fauna e flora, entre elas o capim-agulha, habitat do peixe-boi marinho, espécie ameaçada de extinção. A nova unidade é de uso sustentável. Segundo o secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade e presidente do Consema, Sérgio Xavier, as atividades de pesca artesanal e passeios com uso de embarcações vão continuar ocorrendo, porém obedecendo a um ordenamento a ser definido em um plano de manejo.
“Foi mais de um ano de discussões, reuniões com os diversos setores da sociedade, e audiências públicas para se chegar a um modelo de conservação. É uma área sensível, que já sofre com os efeitos do aquecimento global e precisa de uma proteção legal do estado para garantir a sustentabilidade da área”, explicou Sérgio Xavier.
Ainda de acordo com o secretário de Meio Ambiente, a APA marinha é uma oportunidade para implantação de políticas públicas de desenvolvimento sustentável. “Todos os segmentos precisam ser ouvidos na criação do plano de manejo: pescadores da região, empreendedores, sociedade de uma maneira geral e a academia”, ressaltou.
Outra preocupação é garantir a conectividade com os diversos ambientes marinhos e costeiros para a conservação das espécies e a recuperação dos estoques pesqueiros da região. De acordo com o oceanógrafo do laboratório da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), João Marcello Camargo, que fez uma pesquisa no trecho que compreende as bacias dos rios Una e Sirinhaém, verificou-se a existência de três canais submersos (ou paleocanais) espécies de rios subterrâneos formados na Pré-história, que existem há mais de 20 mil anos e podem chegar a 40 metros de profundidade.
“É justamente nas bordas dos canais onde atua a maioria dos pescadores da região”, apontou o pesquisador. Segundo ele, a APA marinha irá permitir o zoneamento da área para definir suas utilizações. “Com o zoneamento, nós conseguiremos a conservação dos recursos pesqueiros e da biodiversidade”, revelou o oceanógrafo.
Guadalupe
O Consema também aprovou ontem o plano de manejo da Área de Proteção Ambiental (Apa) de Guadalupe criada em 1997. A unidade de conservação está localizada no Litoral Sul e possui 44,7 mil hectares, entre áreas marinha e continental, e também abrange os estados de Pernambuco e Alagoas.
Entenda
- 84 mil hectares é a extensão da nova área de preservação, que se distribui entre Ipojuca, Sirinhaém, Rio Formoso e Tamandaré e tem tamanho equivalente a 3,8 vezes o município do Recife
- 1,8 mil espécies da fauna e flora são encontradas na nova APA
- 200 espécies de peixes
- 15 diferentes tipos de corais também formam o ecossistema do local
- 110 mil hectares é a extensão da maior área de preservação do estado atualmente, o Refúgio de Vida Silvestre Tatu-bola, em Petrolina
- 149 mil hectares formam as áreas de proteção sustentável do estado
- 82 unidades de conservação formam a rede preservação ambiental de Pernambuco